quinta-feira, 28 de julho de 2011

Tudo ao Meio


Passa trem, passa trem
e leva toda a tristeza.
Passa o trem, passa o trem
e leva toda a pobreza.


A cidade passa por cima
de um homem velho, de uma mulher e uma menina.
Milhões e milhões na vertente,
mas lá em baixo nem se imagina.

Tudo acontece no asfalto
quando alguém tenta levar para o alto
uma cidade cinza e de concreto
mas quem está no andar mais debaixo te acusa de incauto.

Passa trem, passa trem.
Finge que leva toda a minha escassez.
Passa o trem, passa o trem.
Finge que leva a minha nudez.

Passa hoje, passa amanhã...
...passa no dia da minha chegada.
Passa por cima do que no meio ficou.
Vê se passa na madrugada.






Percebi um paralelo entre o "meio graffiti" e a "meia vida" das pessoas que dividem esse espaço.

Texto de minha autoria, música de Oswaldo Cusco, graffiti de Binho, Chivitz, Minhau, Nove, Presto, Ricardo AKN, Zezão entre Outros.









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