sábado, 25 de fevereiro de 2012

Prestes



Alguém em certo lugar
falou que a chuva inspira
e que os pingos no telhado
são a voz da transformação.

Em tudo que se perde
a reação é de falar
e se as muitas águas me privam
aldemenos a minha mente tem que sair.

Ela é livre
a chuva não pode pará-la
se eu for de corpo e alma na chuva
o meu corpo sentirá frio, mas a minha alma não.

Não há mal que dure para sempre
mas quem falou que a chuva é má?
Os pingos no telhado são a voz da transformação
e nesse quicado encontro respostas
e assim como as águas descem para depois subir
paro, penso, agora posso me molhar.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O Primeiro Vagão

Já passada a eternidade
também a eternidade da eternidade
e assim como combinamos
eu estarei lá no primeiro vagão.

Naquele dia
o primeiro para você
era o último para mim
horas e horas de espera
cada um em uma órbita
até que todas as nossas chances chegaram ao fim.

O cedo despertar revela um querer
o desencontrar uma ação à dois
a ponta de um trem um adianto de uma saída
e o reencontrar uma dádiva de Deus.

E eu sempre estarei lá no primeiro vagão...
...não foi o que combinamos?

A vigem segue,
aquele trem que nos enganou está de castigo
norte e sul, sul e norte
e nós dois atados, longe, cada vez mais ao sul...

Mas a esfera, como a forte correnteza, tange diferente
parece que tudo ajuda para que o sul acabe
então asas da liberdade mostram outro caminho
e eu pego essas asas.

Você finge que não vê
acha que pode esquecer e que é capaz de suportar
suporta tanto, tanto, tanto que não lembra que prometi
que estarei sempre lá, no primeiro vagão.