domingo, 27 de dezembro de 2015

Serra Nosferatu e os 120 anos do cinema

Por aqui já destacamos a indignação de Luke Skywalker ao descobrir que Paulinho é da Farsa...

Segue a vida, e segue também a sétima arte.
O cinema completa 120 anos e a ficção se confunde com a realidade.

Nosferatu-Serra
Serra-Nosferatu

Quem sugou nossas estatais, nossa hegemonia e agora voltou ao Senado para entregar o nosso Pré-Sal, nosso sangue e ouro negro?
Fiquemos com a realidade.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Quem pagou o pato?



Uma das declarações mais felizes da presidenta Dilma Rousseff nesse ano de 2015, marcado por intenso ataque foi sem dúvida a que diz respeito aos 'Moralistas sem moral'.

Após o 2° Turno em 2014, tivemos, terceiro, quarto, quinto...
Agora no, sei lá que Turno, a Fiesp dá ainda mais as caras apresentando na mini-manifestação de 13 de Dezembro da Av. Paulista em São Paulo em frente a sua sede, um pato gigante. O tema 'Não vou pagar o pato'.

Pois bem, vamos tirar a neblina midiática e lembrar que o presidente da Fiesp, sr. Paulo Skaf é filiado ao PMDB do Eduardo Cunha, o Partido mais complicado do país, o qual se tornou praticamente impossível explicar para qualquer observador internacional o que é (Imagino alguém de fora lendo sobre a participação do PMDB na atual política; ─ Who are you? Left or Right!!!).

Mas voltando à Fiesp, esta, paladinamente se identifica com seu presidente. 
Em 1964 às vésperas do Golpe, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) subornou o general Amaury Kruel, Ministro de Jango, para que se voltasse contra o presidente João Goulart.

Veja bem, não é, teria subornado, é subornou mesmo, e são palavras do Coronel reformado do Exército Erimá Pinheiro Moreira, de 89 anos na Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo em 18/02/2014.

Com pequenas e rápidas pesquisas dá para ter uma dimensão do envolvimento da Fiesp com a Ditadura e o Golpe Civil Militar de 64, e a afirmação que fica não é "Não vou pagar o pato", mas sim a pergunta, depois de 1964 "Quem pagou o pato?".

domingo, 13 de dezembro de 2015

Globo tenta chamar para o golpe, mas manifestações fracassam: é o peso de carregar Cunha nas costas

por Rodrigo Vianna no Portal Fórum


As manifestações de 13 de dezembro, aniversário do AI-5, foram um fracasso Brasil afora. Foi a marcha dos gatos pingados.









Em Brasília...
 E no Rio: multidão de gatos pingados...



Em Brasília, um imenso vazio em frente ao Congresso. No Rio, mais gente na praia do que no asfalto. Em Belo Horizonte, 400 manifestantes (que a essa altura devem estar pensando em buscar refúgio no Leblon, ou na base aérea de Claudio-MG, na fazenda dos Neves). No Norte e Nordeste, os atos a favor do golpe parlamentar foram ainda mais pífios.

As imagens mostravam o fracasso. Mas a Globo e a GloboNews repetiam a estratégia das manifestações anteriores: os repórteres usavam as imagens da manhã, como um "esquenta" para o ato na avenida Paulista, à tarde. A Globo convocava para o golpe; tudo a ver.

Se ainda faltava uma imagem símbolo para o golpismo coxinha de 2015, essa imagem apareceu na forma do enorme pato inflável levado para as manifestações: infantil e tosco, um símbolo dessa massa de classe média rancorosa e indigente.

E claro que São Paulo jamais decepciona. Na Paulista, o ato no início da tarde era um pouco maior do que em outros estados.

Mas antes mesmo de ter um balanço definitivo de São Paulo, arrisco-me a dizer que o 13 de dezembro deixou algo claro: Eduardo Cunha é agora um entrave para o golpe do impeachment. A presença dele no cenário cria ruído, dificulta a narrativa de que “o PT precisa sair do poder porque é o comandante da corrupção”.

Por isso, as manifestações se esvaziaram: o oportunismo de Cunha e de Temer tirou o discurso e o ânimo dos que querem afastar o PT do poder.

Não é à toa que Folha e O Globo, no mesmo fim-de-semana, saíram com editoriais quase idênticos, pedindo a saída… de Cunha. E não de Dilma.

Ou seja: para o tucanato e seus aliados na mídia, Cunha já cumpriu sua tarefa, abrindo o processo contra Dilma. Agora, ele precisa ser extirpado da cena. Com Eduardo Cunha no poder, não haverá gente na rua suficiente pra apoiar o golpe parlamentar.

Folha e O Globo passam a Cunha um recado que Temer não pode enviar: você virou um entrave para nossos planos.

O PSDB está agora numa enrascada: foi longe demais no golpismo. Não há ponto de retorno. Ou se abraça a Cunha para dar o golpe, ou parte para uma operação complicada: tirar Cunha do poder, a tempo de permitir um discurso coerente contra "a corrupção do PT".

Talvez, o "timing" já tenha se perdido. Mesmo com as manobras e a demora no trâmite, o processo na Câmara contra Dilma deve estar concluído até março, no máximo.

Haverá tempo de, com o recesso de fim de ano, afastar Cunha e eleger um novo presidente que possa dar alguma credibilidade ao golpe? Parece que não.

O 13 de dezembro de 2015 foi um fracasso. E ao mesmo tempo deixou claro que o impeachment, para ter apoio na rua, precisa ser precedido de uma operação de cassa a Eduardo Cunha.


O cenário, que já era ruim para o governo, torna-se imprevisível também para a oposição e FHC – sócios de um AI-5 fracassado.






quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Para advogado, derrota de Kamel em ação contra ex-editor do JN é referência importante

Marco Aurélio Mello é um dos blogueiros de quem o executivo da Globo cobra indenização por "danos morais". Para advogado, ao julgar pedido improcedente, TJ cria referência em favor do jornalismo independente



Imagem da RBA



O jornalista Marco Aurélio Mello conseguiu uma importante vitória para a liberdade de expressão no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Em decisão unânime, os desembargadores da 10ª Vara Cível consideraram improcedente pedido de indenização por danos morais em processo movido pelo diretor-geral de Jornalismo da Rede Globo de Televisão, Ali Ahmad Kamel Harfouche. Em ação iniciada em 2013, Kamel pleiteou, sem sucesso, o pagamento de R$ 30 mil por se considerar ofendido por textos publicados por Mello em seu blog DoLadoDeLá.

Marco Aurélio Mello tem larga experiência em televisão e foi por 12 anos funcionário da Globo, até ser demitido, em março de 2007, depois de ocupar por quatro anos a função de editor de Economia do Jornal Nacional. Na casa, trabalhou também como editor no Jornal da Globo e do Bom dia Brasil. Mello fez parte do grupo de jornalistas que se recusou a firmar abaixo-assinado que circulou na emissora em defesa da conduta do jornalismo global nas eleições presidenciais do ano anterior.

O diretor-geral de Jornalismo da empresa reclama em seu processo considerar-se ofendido moralmente pelo fato de o "réu" ter escrito no blog, já desativado, que Kamel manipulava as notícias de forma inescrupulosa e desonesta, além de assediar moralmente os subordinados, grampear telefones e invadir e-mails.

O conteúdo crítico ao jornalismo dirigido por Kamel esteve também presente, sobretudo, após as eleições de 2006, em textos de outros jornalistas que passaram a adotar a internet como veículo de informação independente, como Rodrigo Vianna (Blog Escrevinhador), Luiz Carlos Azenha (Viomundo), Paulo Henrique Amorim (Conversa Afiada), Luis Nassif (Jornal GGN) – todos são alvos de processos movidos por Ali Kamel. Em seu despacho, o desembargador Celso Luiz de Matos Peres assinala que o executivo da Globo é "demandante contumaz na seara da reparação moral" em pleitos dirigidos em face de blogueiros e jornalistas, que a partir de 2009 teriam iniciado uma "campanha difamatória" contra ele. "Pretensão autoral manifestamente improcedente", afirma o acórdão.

A decisão, proferida no último dia 25, segue o relatório do desembargador Celso Luiz de Matos Peres, e anula a de primeira instância, que acolhia o pedido de Ali Kamel. Segundo o advogado de defesa de Mello, Vitor Cardoso, a unanimidade alcançada no colegiado do TJ dificultará a revisão da sentença em instâncias superiores e pode representar uma importante vitória em para o exercício da liberdade de expressão e o exercício da crítica, contra a judicialização do debate político.

"O texto do acórdão relatado pelo desembargador revela uma decisão muito consistente tecnicamente. O desembargador demonstrou ter dado importância de fato ao processo, com muito conhecimento do que está nos autos e também com a realização de pesquisas por conta própria", diz Cardoso.

O relatório cita que tanto Mello como Kamel são jornalistas conhecidos e respeitados nos meios de comunicação e observa que Kamel também divulga opiniões e trabalhos como escritor. Depois de citar diversas obras do diretor da Globo, o desembargador Matos Peres afirma: "Percebe-se, portanto, que como jornalista e escritor, o autor (Kamel) bem sabe da necessidade da construção de um pensamento crítico a respeito das questões da sociedade e o quanto é saudável para a população poder confrontar opiniões e posicionar-se em tal ou qual sentido justamente em função desse direito constitucional de liberdade de expressão e de imprensa".

Ao elogiar o acórdão da segunda instância, o advogado avalia com ponderação a decisão de primeira instância que havia acolhido o argumento do diretor da Globo. "Os processos envolvendo as empresas de mídia não são fáceis porque existe uma cultura propagada por elas próprias na sociedade de que são isentas e não têm posição política e ideológica. Nem sempre a sociedade percebe que isso é um mito. Há uma uma geração de juízes formados sob essa cultura e a primeira instância não tem culpa de acreditar em algo que a própria imprensa cultiva", analisa Cardoso. "Judicializar a luta e o debate político deseduca. Não existe mídia isenta, e caberia ao atores da mídia assumir que têm lado e posição, e chamar a atenção para e existência do contraditório é serve até para que não prospere a autoproclamação de isenção dos que não são isentos."

Em seu relatório, o desembargador menciona uma "seção especial" em que a página de Ali Kamel na internet lista "ações" de blogueiros que, a partir de 2009 teriam iniciado campanha difamatória, "todos jornalistas, assim como o apelado, ao estilo de uma verdadeira Teoria da Conspiração, não se podendo, contudo, classificar todos os posts, em bloco, como difamadores, devendo cada conduta ser analisada isoladamente", pondera o magistrado para então considerar "não haver qualquer possibilidade de acolhimento da pretensão autoral, tendo em vista que pretende o autor reprimir o conteúdo da publicação de autoria do réu, tão-somente porque inserido num cenário de crítica, seja contra seu atual empregador, seja contra a própria figura do demandante como diretor jornalístico de uma das maiores redes de TV, não podendo se extrair efetivo dano experimentado pelo apelado, nem mesmo grave constrangimento decorrente dos termos utilizados pelo réu no texto impugnado, a justificar a condenação ao pagamento de indenização a título de reparação moral".

Em sua conclusão, ao negar pedido de indenização de Kamel e reconhecer a atuação de Mello como manifestação do livre exercício do direito de expressão e manifestação do pensamento, amparado na Constituição, o desembargador anota: "A situação fática pode ser classificada como mero dissabor, até porque o autor também é jornalista e como tal também expressa opiniões polêmicas em suas publicações. Assim, a sentença de primeiro grau merece reparo, impondo-se a total improcedência do pleito autoral".

O advogado Vitor Cardoso considera que se as empresas de comunicação assumissem sua parcialidade – em função dos interesses políticos e econômicos em jogo – seriam mais coerentes com a credibilidade que o negócio da comunicação exige. "O problema é que a multiparciliadade das narrativas põe em xeque essa credibilidade, o que passa a ser visto pelas empresas como risco de prejuízos comerciais. O contraponto político não só é saudável como também cria um incômodo comercial. Daí a judicialização do debate político e da exposição do contraditório."


Para o jornalista Marco Aurélio Mello, hoje gestor de conteúdo na TVT, a decisão abre um precedente importante "para reverter dezenas de outras ações que tentam calar jornalistas independentes" em todo o país. "Por esta razão, mais do que uma vitória pessoal, considero um passo importante para a garantia de um direito consagrado em nossa Constituição Federal." 

Fonte: redebrasilatual.com.br



Saiba mais

revistaforum.com.br
viomundo.com.br
conversaafiada.com.br




segunda-feira, 23 de novembro de 2015

FHC deu a Vale,
Serra bateu o martelo.

O surf na lama é livre, estourou na Samarco.


→ O Profeta FHC e as Previsões Feitas a Diplomacy EE UU
openermedia.blogspot.in 

→ Como Serra e o FHC venderam o Brasil
conversaafiada.com.br 





sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Lula: o Estadão mente invariavelmente




O Estadão sobrevive porque os credores deixam... - PHA

Estadão inventa declaração de Lula



Postado no Conversa Afiada em 24/09/2015

Nesta quinta-feira (24), o jornal Estado de S. Paulo inventa e atribui ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falsas afirmações na matéria "Para Lula, ‘melhor perder ministérios do que a Presidência’". Lamentamos que um jornal, que tem por objetivo informar, se ache no direito, baseado em supostas fontes anônimas, de atribuir e divulgar frases que simplesmente não existiram. O uso desse tipo de subterfúgio pela imprensa brasileira é desrespeitoso, não contribui para o debate político nacional e presta um desserviço aos leitores e cidadãos brasileiros.

Assessoria de Imprensa do Instituto Lula




sábado, 7 de novembro de 2015

Surf! Brasileiros em transe!

Surfistas profissionais, amadores, amantes, simpatizantes em geral...

O surf brasileiro está em transe!!

Num momento único, três atletas que carregam a verde-amarela têm chances concretas de saírem do Hawaii como campeões mundiais do WSL.

O Surfriders fez uma interessante aritmética com as somas dos nossos atletas Adriano de Souza, Filipe Toledo, e o atual campeão mundial Gabriel Medina. Segue...



6 surfistas, 1 título, Quem será o campeão em Pipeline?

Ilustração do surfriders.com.br
Depois da etapa portuguesa do CT, seis surfistas chegam a Pipeline no Havaí com chances matemáticas de se sagrarem campeões mundiais da WSL.


Veja os cenários:

Se Mick Fanning terminar em 25º ou 13º:
– Owen Wright e Julian Wilson precisam vencer;
– Gabriel Medina precisa ficar em 3º lugar;
– Adriano de Souza precisa em 9º lugar;
– Filipe Toledo precisa ficar em 13º lugar para ser campeão;

Se Mick Fanning terminar em 9º:
– Owen Wright e Julian Wilson ficam fora da disputa;
– Gabriel Medina precisa ficar em 1º lugar;
– Adriano de Souza precisa do 5º lugar;
– Filipe Toledo precisa ficar em 9º lugar para ser campeão;

Se Mick Fanning terminar em 5º:
– Gabriel Medina precisa ficar em 1º lugar;
– Adriano de Souza precisa do 3º lugar;
– Filipe Toledo precisa ficar em 5º lugar para ser campeão;

Se Mick Fanning terminar em 3º:
– Gabriel Medina fica fora da disputa;
– Adriano de Souza precisa do 2º lugar;
– Filipe Toledo precisa ficar em 3º lugar para ser campeão;

Se Mick Fanning terminar em 2º:
– Adriano de Souza precisa do 1º lugar;
– Filipe Toledo precisa ficar em 1º lugar para ser campeão;

Se Mick Fanning terminar em 1º lugar será o campeão mundial de 2015!

quinta-feira, 22 de outubro de 2015



Dentro do padrão Globo de comunicação um jornalismo anti-nacional e marrom é somente parte, 
até tônica, da massagem oferecida à mente cansada do trabalhador.
Nesse coadunam agentes culturais/midiotizadores, os quais servem como espeque numa atmosfera terrorista.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015




A todos os companheiros, amigos e colegas do Facebook que não desistem da luta!

Como muitos devem perceber, uma das coisas que mais faço (dentre tantas outras), é enviar convites para curtir páginas de blogs de esquerda, progressistas e de movimentos e figuras comprometidas com um mundo melhor. Alguns companheiros já me indagaram sobre a razão desse trabalhão todo, já que implica convidar um por um... e isso toma um tempo considerável! É simples. Acredito que a transformação no sentido de um outro mundo é possível, e passa, inevitavelmente, pela luta política e pela difusão de ideias que rompam o "interdito" imposto pela grande mídia. Trata-se da boa e velha luta de classes; a luta cultural que busca a hegemonia moral e intelectual na sociedade, passo indispensável para uma nova ordem mais fraterna, igualitária e justa.

Longe das pequenas disputas internas às esquerdas, (criticamos muito a pequena política da direita, mas a temos entre nós também) vejo, e procuro discernir, as contradições fundamentais (inegociáveis) das secundárias. 
Acredito que, numa sociedade de mercado (a ordem vigente atual), a política se faz, de forma crescente, com aumento de audiência também, e, por consequência, verba para manter estrutura mínima e projetos. A audiência ajuda a financiar páginas de pessoas e organizações comprometidas com a luta (não necessariamente do ponto de vista financeiro, mas também do reconhecimento) e dá fôlego para prosseguirem na luta, sendo um contraponto à voz dos barões midiáticos e seus ventríloquos.

Desde o Governo Lula se debate (com avanços e retrocessos) a descentralização de verbas publicitárias, que ainda são escandalosamente concentradas numa mídia que não entrega mais o que promete (a audiência e circulação das tevês aberta e paga, e dos “jornalões” e revistas semanais, vêm caindo vertiginosamente em relação à internet). Portanto, redes sociais, blogs e páginas de órgãos e instituições que lutam contra o mainstream, são ferramentas da salutar e legítima batalha das idéias. Não é por outra razão que as vozes dos donos, e de suas penas amestradas, se incomodam tanto, mesmo com a pequena fatia do bolo publicitário destinada a blogs, páginas, rádios e pequenos jornais que compõem o contraponto à sua hegemonia. 

Quem observa o outro lado, sabe bem do que estou falando.
Meu apelo é no sentido de ajudarmos com a nossa modesta contribuição de frequentadores das redes sociais com o aumento dessa força. A audiência é medida pelas visitas individuais às páginas, mas o número de “curtidas”, comentários e repostagens (linkagens às redes sociais), são indicadores fortes do alcance dessas páginas.
Vamos curtir, companheirada. Mas também convidar todos os nossos amigos a fazer o mesmo. Pra quem não sabe, no Face existe a ferramenta “Convidar amigos”. Basta ir marcando um a um e depois enviar os convites. É simples e está ao alcance de um “click”. Venho fazendo isso há bastante tempo e vejo que o resultado é muito positivo...mas sempre pode ser melhor!
E mais: companheiros que têm uma contribuição a dar nos campos da redação e do audivisual podem abrir suas páginas de blog e começar a interagir divulgando suas idéias, notícias e opiniões no Face, YouTube, Twitter, etc. Esse é um “campo de batalha” privilegiado que podemos explorar cada dia mais e melhor.

Na Luta por um mundo melhor, e consciente de que o futuro só chega para quem ousa e luta, um abraço fraterno e companheiro!
“Tamo junto” nas trincheiras!

Sergio Notari

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

"EU QUERO MOCOTÓ!!" O que aconteceu com o nosso humor?

Imagem do readoz.com

Vivemos dias em que o humor político está de luto. Muitos se foram, alguns imergiram, outros emergiram. Redes sociais apresentam oportunistas "apartidários", despolitizados ou ainda altamente influenciados pelo Partido da Imprensa Golpista (PIG).

A moda é fazer piada com o atual Governo Federal, como se só o próprio existisse, para os humoristas de plantão não existem outras esferas, nisso avanços sociais progressistas caem no esquecimento, e aí, de quem falar contra.

Não me sinto confortável em citar nomes, nem merecem ser citadas pessoas que queimam bandeira, vomitam preconceito ao ex-presidente Lula ou ainda exibem charge da presidenta Dilma sendo degolada, entre outros...

Só resta a saudade de quem brigava com cachorro grande, sem o apoio das elites ou, idem grandes patrocinadores, na iminência da prisão, degola e morte.

Tremo de saudade, mesmo sem ter vivido, saudade de você Pasquim.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Montanha Russa: Novo filme de Vinícius Reis

Ilustração @1lxndr



No cinema é magia em 13/03/2015


Chico Diaz, Sílvia Buarque e Bianca Byington estarão no drama familiar 'Montanha Russa':


"Montanha Russa", novo filme de Vinícius Reis, já está em fase de pré-produção, com leitura de roteiro. O diretor se inspirou em um momento marcante da história do Brasil: a "era das privatizações", nos anos 1990, período que fez com que funcionários de diversas estatais fossem demitidos ou forçados a se aposentar no auge de suas carreiras. Baseado na história do pai do diretor, o roteiro é assinado por Reis junto com Fellipe Barbosa, de "Casa Grande". O diretor reprisa a parceria com Chico Diaz e Bianca Byington, com quem trabalhou em "Praça Saens Pena" (2009) e "Noites de Reis" (2013), respectivamente. O filme também conta com Sílvia Buarque no elenco.


"Montanha Russa" será rodado na cidade do Rio de Janeiro e em uma pequena cidade do interior. Cada lugar mostrará uma fase na vida do protagonista e representará a mudança que o executivo terá que enfrentar ao ser forçado a se aposentar de uma hora para outra. O filme vai explorar assuntos contemporâneos como a reestruturação de empresas, privatização, aposentadoria precoce e demissões. "Montanha Russa" é produzido pela Tacacá Filmes e tem distribuição da Pandora Filmes. O projeto, que está em fase de captação, já recebeu recursos da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Paralelo Brasil-Chile, herança do Golpe

As asas do socialismo cobriam a América Latina, quando recebem ventos e furacões vindos do Norte.
Em cadeia, vários países que aspiraram sonhos de uma verdadeira independência e soberania nacional aliados aos seus anseios de firmamento de identidades também nacionais, sofrem então com grandes investimentos dos Estados Unidos, amparados pelas respectivas mídias e elites locais, afim de que se fossem esquecidos quaisquer planos que não fossem alinhados à cartilha de Washington.

Como uma prostituta que chega numa cidade grande sem dinheiro para alimentação e moradia, e mesmo assim encontra quem a banque, porque esse saberá quem determinará se a sua enxoviada virará na rua à esquerda ou à direita.

Segue excelente análise do que foi o Golpe e o que sobrou de dívida para o Chile, serve tudo para o Brasil é só trocar os nomes.


Ilustração @1lxndr


Foto: Hélio Sassen Paz - Réplica do óculos de Allende



Dívida Externa do Chile 
O novo rosto do colonialismo

Claudio Pérsico


 "Há pessoas que continuam vivendo com o peso brutal das dívidas que nos empurraram para obter 75 bilhões de dólares, com essa dívida países em desenvolvimento jamais poderão cumprir os compromissos decorrentes dos requisitos de capital e juros; pessoas com fome, com desemprego, falta de moradia, com ignorância, as massas tem que passar fome para cumprir os compromissos que pairam acima do nosso potencial."

(Salvador Allende, na terceira reunião da UNCTAD, Santiago do Chile, em abril de 1972.)


Há alguns meses atrás, Luis Escobar Cerda, ex-ministro das Finanças do regime militar chileno, confessou que "o crescimento econômico ao longo dos próximos cinco anos é comprometido com o pagamento da dívida externa." Além disso, os números oficiais indicam que o Produto Geográfico Bruto (PGB) entre 1981 e 1985 caiu 5,1%, o que representa uma diminuição média anual de 1%.1 Em Junho de 1985, a imprensa chilena informou o acordos alcançados na renegociação da dívida externa, destacando o fato de que eles foram produzidos em grande parte, pelo desempenho do governo chileno com os ditames de bancos credores.2 Pode-se perguntar como Pinochet tem funcionários para agradar bancos estrangeiros e o Fundo Monetário Internacional (FMI) em meio a tão acentuada crise como o Chile tem experimentado nos últimos anos.

Certamente responder a essa pergunta envolve uma revisão da política econômica dos últimos anos e descrever as mudanças que ela teve sobre a economia nacional. Nossas próprias limitações e falta de espaço nos impede de fazer tal análise. O objetivo destas notas é elucidar o abertamente reacionário, anti-nacional e prejudicial para os interesses da política econômica do Chile que tem sido impulsionado pela ditadura em lidar com a própria crise de personalidade gerada. Para fazer isso, vamos nos concentrar em um aspecto que nós acreditamos que expressa o caráter de classe das políticas econômicas dos Pinochet. Acreditamos que a contradição posou  numa economia arruinada, com um terço de sua força de trabalho desempregada e atolada em uma recessão profunda, ter que pagar uma dívida que excede o PGB de um ano, resume a situação trágica que tem sido Chile depois de anos de fascismo dependente.

I. A dívida é o legado de Chicago

A crise da dívida não é apenas no Chile, é também na América Latina. Mas o caso chileno tem algumas peculiaridades que devemos apontar:

a) Entre 1975 e 1983, o Chile quase quintuplicou sua dívida externa.

b) A maior parte desta dívida adicional correspondia ao setor privado.

c) O setor privado, foi privilegiado com recursos externos do setor financeiro.

d) A dívida no final de 1984 chegou a 22.610 bilhões de dólares e o PGB de quase 21 bilhões de dólares.

e) O Chile possui atualmente uma dívida per capita de mais de US$ 2.000, e é uma das mais altas do mundo.

f) Os pagamentos de juros são responsáveis ​​por mais de metade do valor total das suas exportações e exceder a renda de cobre, seu principal produto de exportação.

A lógica que permitiu tal dívida é conhecida: Ao Chile foi alegado não gerar a poupança interna necessária para financiar o seu desenvolvimento. Os dólares que foram inundadas desde 1978 na expansão inesgotável para cimentar um milagre que rumava para um estouro, para chegar a todos e torná-lo possível pagar empréstimos às fontes estrangeiras. Esse foi o argumento que incentivou ainda mais a dívida privada porque "se emprestar privado, privado pago", nas palavras do ex-ministro de Pinochet, Miguel Kast. Claro, a história tem mostrado que a dívida privada foi transferida para todos os chilenos.

A TABELA 1 mostra os valores da dívida e do crescimento que experimentou entre 1977 e 1983. A dívida pública ou privada é gravada separadamente e oficialmente garantido dívida privada; Além disso, este último que se diferenciou foram créditos financeiros contraídos. Não devemos esquecer todas as garantias dadas pelo governo chileno para que tal processo ocorresse. Incluindo a manutenção da taxa de câmbio a partir de junho 1979 como no mesmo mês do ano de 1982, foram particularmente importantes.3

Em relação às causas de endividamento da América Latina, há produções acadêmicas consideráveis onde o tema tem sido amplamente discutido.4 Distinguir as causas das enormes dívidas de países latino-americanos parece importante para refletir o fato de que os mecanismos que operam na acumulação de dívidas, posteriormente, condicionou a crise que aconteceu. Como um exemplo, a capital que entrou na América Latina, principalmente superávits financeiros dos bancos transnacionais e, portanto, o seu movimento operaram sob as regras do capital financeiro essencialmente especulativa. O que está claro é que, com poucas exceções, a dívida não contribuiu para o financiamento do desenvolvimento.

TABELA 1
Chile: Dívida Externa (em bilhões de US$)
1977197819791980198119821983
A dívida pública ou com garantia pública3,54.44.84.74.44.14.3
Corporates1.4213. 4610,813,714,4
Créditos importar fornecedores de crédito. bens PAC. crédito financeiro1.21.93.15.49.512,311,9
A dívida externa total4.96.58.210,715,217,818,7
Fonte: Banco Central do Chile. 


Considere a dívida externa tradicional, ou seja, a dívida da dívida do setor público com o FMI, a dívida do sector privado direto, créditos financeiros para o setor privado (Lei de câmbios, art: 14, 15 e 16) e as linhas de Curto Prazo do sistema monetário.

Há consenso mencionados como causas da dívida externa do terceiro mundo, pelo menos o seguinte:

a) A lacuna causada pela deterioração dos termos de troca.

b) A recessão econômica do capitalismo industrial e da ascensão do protecionismo e

c) de liquidez causada pela subida do preço do petróleo, os petrodólares que moveram uma massa colossal de capital para corporações financeiras transnacionais.

Estas condições foram criadas no âmbito da economia do capitalismo mundial não teria sido suficiente, na ausência de história nacional, no caso do Chile entre 1977 e 1982 permitiu o crescimento da dívida externa a uma taxa anual de 26 por cento. Na manutenção da taxa de câmbio nominal, o que resultou em uma queda na taxa de câmbio real acima mencionado, você deve adicionar:

1. A alteração da Lei Cambial, que forneceu livre entrada de capital por empresas e indivíduos.

2 desenvolvimento e privatização do sistema financeiro nacional.5

3. A determinação da taxa de juros pelo sistema bancário privado. Que já tinha um monopólio distintamente.6

4. Abertura violenta e indiscriminada da economia chilena ao comércio internacional.7

O destino de recursos externos foi basicamente a importação de bens de consumo de luxo para os setores ricos e especulação financeira. Não houve praticamente nenhum aumento do investimento produtivo no período. As taxas de investimentos que eram muito deprimidos, não mostrou nenhum sinal de recuperação (ver TABELA 2). Esta tendência explica por que a poupança externa substituiu a poupança interna.8


                    TABELA 2
Formação bruta de capital fixo em% do PCB
197020,4197814,5
197118,3197915,6
197214,8198017,8
197314,7198118,1
197417,4198214,0
197515,4198312.1
197612,7198412,5
197713,3

Fonte: Banco Central do Chile, Relatório Anual de 1984.


Não existem estatísticas precisas, mas estima-se que entre 1978 e 1984 deixaram o país cerca de 8 bilhões de dólares ilegalmente. Orlando Caputo observa que "grande parte da dívida latino-americana é explicada pela fuga de capitais".9 Nos Estados Unidos, a imprensa especializada diz que o surgimento da crise e da dívida, é pela fuga de capitais e também pelo aumento das taxas de juros e outras condições financeiras.10

Isso deve ser levado em conta na elaboração da crise da dívida a partir de uma perspectiva democrática e nacional, porque então será uma tarefa prioritária para determinar o montante da dívida real e estabelecer o que era pagar adequada e justa.

A política econômica dos "Chicago Boys" tornou possível para emprestar a grupos econômicos ilimitados para especularem no mercado interno, transferindo recursos de capital produtivo para o capital financeiro através de altas taxas de juros cobradas, e mais tarde para fora do país em operações enormes somas de dinheiro fraudulentas. Isto levou à falência de muitas indústrias e empresas, que por sua vez se arrastavam numa crise de todo o sistema financeiro nacional. A enorme dívida externa, a falência do sistema financeiro criolo e enfraquecendo a base industrial já magro são heranças que deixaram ao Chile um conluio de monopólio dos economistas de Chicago.

II. Os lucros são privados e perdas são socializadas


Um dos princípais ideias defendidas pelos sucessivos ministros da indústria, elevados a um dogma de fé, foi a de que o Estado não deve intervir no mercado livre. Atividades econômicas devem desenvolver em sintonia com o princípio da subsidiariedade do Estado. O mercado seria responsável pelos recursos através do sistema de preços, em punir ou gratificar os operadores, pelos resultados que eles fossem capazes de obter. Na verdade, argumentou-se no momento re-privatizar o banco, devolvendo terras agrícolas nas mãos do Estado a seus antigos donos e liberalizar a entrada de capital estrangeiro. Todos os inquéritos sobre o enorme concentração de poder econômico que ocorreu no Chile desde precisamente mencionar essas regras e medidas como a sua causa raiz. Fortunas enormes foram acumuladas, enquanto quase um terço da força de trabalho foi empurrada para o desemprego (ver TABELA 3) e diminuição dos salários reais dos trabalhadores.11


TABELA 3
Taxa de desemprego nacional
197019711975197619771978197919801981198219831984
5,73.116,419,918,617,917,717,316,326,934,225,5
Nota: Considerado como desempregados do PEM e POJH.12 Fonte: Ministério das Finanças. INI Departamento de Economia da Universidade do Chile.


Em 1981, o então ministro Sergio de Castro informou ao país o estado das finanças públicas nos seguintes termos: "O ano de 1981 começou com base em uma economia saudável e vibrante que consolida cada vez mais os frutos do trabalho realizado entre 1973 e 1980"13. Mais tarde, ele reafirmou que "... o Chile tornou-se uma das economias mais saudáveis, fortes e vibrantes que podem ser encontrados no mundo"14. Em meados de 1982 veio o colapso da indústria CRAV, saiu Castro das Finanças e o peso foi desvalorizado depois de três anos para manter uma taxa de câmbio a $ 39 por dólar. Em maio desse ano foram dois bancos intervidos pelas autoridades. Que se seguiu final do ano uma série de medidas relacionadas com a taxa de câmbio e em janeiro de 1983, além da liquidação de dois bancos e uma financeira, o resto do sistema financeiro envolvido. Como um todo, o sistema financeiro estava naquele momento realizando empréstimos de três e meia o seu capital e reservas, e uma grande parte eram devedores duvidosos. Isso é quando o governo transferiu para bancos em falência técnica, recursos até à data, totalizando mais de 3 bilhões de  dólares. O mesmo foi feito com os grupos empresariais e empresas endividadas no exterior por meio de dólar preferencial (estima-se que esta transferência significou até agora cerca de 2 bilhões de dólares para o Estado)15. Assim, enquando o setor privado fez grandes lucros, o Estado ficou de lado, mas quando correspondeu ter perdas, ele interveio traspassando a todos os chilenos.

O mercado financeiro internacional refletiu a crise aguda experimentado o capitalismo. Um aumento significativo nas taxas de juros e um aperto dos fluxos monetários para os países do terceiro mundo identificada crise na balança de pagamentos da maioria dos países latino-americanos. Lembre-se que a maior parte da dívida externa do Chile foi contratado entre 1978 e 1981, a preços flexíveis e com prazo de 5-8 anos de idade, muito típico de movimentos especulativos de capital dinheiro. A ditadura foi, assim, forçada a renegociar com seus credores com vencimento da dívida externa e da assinatura de acordos com o FMI. Estes acordos de refinanciamento de compromissos bancos transnacionais, os ministros de Pinochet garantiram o apoio do governo chileno para garantir aos monopólios contratados a dívida que setor privado teve. E como eles não poderiam pagar, o governo prometeu pagar por eles assinaturas de acordos e cláusulas que feriram de forma séria a soberania do Chile.16 Neste caso, também optou-se pela solidariedade ​​pelas dívidas da oligarquia de ajuda financeira criola a todo o povo do Chile. Mais uma vez, os lucros foram privatizados e os custos e perdas foram transferidos para todos os chilenos com a cumplicidade do Estado chileno.

III. A dívida externa do Chile é impagável

Várias obras de economistas e especialistas na área mostraram a impossibilidade técnica de pagar a dívida externa chilena.17 Esta conclusão também atingiu muitos banqueiros estrangeiros e até mesmo funcionários da administração Reagan. Um exemplo disto foi a proposta de tornar secretário do Tesouro americano James Baker em Seul, em Outubro de 1985. Há, na reunião de governadores do Banco Mundial e do FMI, Baker mostrou de pronto o que foi chamado de "Programa de Crescimento Sustentado", a proposta de aumento de empréstimos do Banco Mundial para os principais países devedores. No entanto, os ministros de Pinochet e da indústria se comprometeram a pagar a dívida de monopólios, mesmo ao custo de condenar o povo chileno a miséria.

Na TABELA 4 aparecem as projeções oficiais para 1985 e 1986, a conta corrente do balanço de pagamentos. Até o ano de 1985, o superávit comercial foi superestimada em pouco mais de 100 bilhões.18 Para 1986, os resultados preliminares dos quais sugerindo que o superávit comercial não excederá 1,15 bilhão. Isto significaria que o déficit em conta corrente foram ainda maiores do que os indicados.

     TABELA 4
Projeções da Balança de Pagamentos 1985 1986 (milhões de US $)
19851986
Exportações39494529
(Cobre)(1738)(1974)
(Descansar)(2211)(2555)
Importações29143211
Balança comercial10351319
Serviços financeiros20582222
Serviços não financeiros-458-457
Transferências unilaterais100100
Déficit em conta corrente13811250

Estes déficit em conta corrente deve ser acrescentado correspondente a depreciação anualmente. Em 1985, foi para a amortização de 2.293 bilhões dólares americanos e, em 1986, 2.846.000 antes da renegociação anunciado em junho de 1985. Ou seja, antes da renegociação. Recursos externos Chile necessário para 3.674 e 4.176 bilhões em 1985 e 1986 respectivamente. O Banco Central também tinha projectado reembolsos até 1990. Estes números indicam que entre 1987 e 1990 deve ser amortizado 11.068.000 bilhões de dólares, independentemente da participação. A renegociação que levou o ministro Hernan Buchi permite o equilíbrio das contas externas no curto prazo, ficando basicamente diferimento reembolsos e novos empréstimos financiados através das lacunas causadas por pagamentos de juros. Esta dinâmica continuaria a pedir dinheiro emprestado para pagar juros continuaria por muitos anos, com o agravante de que os novos empréstimos não são para aumentar a capacidade produtiva do país, mas para ajustar as contas externas. Note-se que muitos dos novos empréstimos obtidos são nada mais do que anos financeiros e contábeis, uma vez que nem um daqueles dólares vão para os cofres do Banco Central.

Esta é a realidade do Chile, como a maioria dos países latino-americanos. Eles devem ajustar suas economias para pagar dívidas em que incorreram a burguesia e da oligarquia em seus respectivos países, uma situação que leva a aprofundar a dependência do capital transnacional. Apenas sucesso renegociações é adiar o problema, aumente comissões, raramente uma queda na Spread carregada e aumentar significativamente o volume da dívida externa. Claro que não é o caminho. A gravidade da situação, a abordagem oficial não reconhece, requer uma solução diferente, a avaliar uma a uma as premissas sobre as quais tem vindo a levantar a questão, e, claro, o reconhecimento de que a dívida externa lisa e simplesmente não pode ser paga.

IV. O Câncer da dívida deve ser removido

Os números são categóricos. Não admitindo lugar para equívocos: pagar a dívida e os juros que impõe condena Chile para prestar uma homenagem aos bancos transnacionais que a estrutura econômica nacional frágil não suporta. Para fazer isso, os chilenos terão de continuar a pedir emprestado e cada vez pior. Eles vão ter que parar de comer, muitos daqueles que hoje ainda podem fazer algo para continuar a pagar juros. Cademartori e Palma19 mostram que em quase 50 anos o Chile teria de pagar cerca de 177 bilhões sendo incapaz de pagar um único centavo para a dívida original. Esse é o mecanismo que foi submetido aos chilenos nas renegociações e acordos pelos banqueiros e seu protetor, o FMI. Certamente, essas contas surpreendentes provocariam inveja ao próprio rei Midas.

Os acordos assinados pela ditadura e o FMI e os acordos de reescalonamento da dívida com bancos credores definiram uma política econômica que, na essência inclui:

1. desvalorizações periódicas, a fim de manter uma alta taxa de câmbio real.

2. A eliminação dos aumentos salariais no setor público e a não interferência nas negociações do setor privado.

3. Eliminação gradual do déficit do setor público não-financeiro, para chegar a 1987 com um orçamento equilibrado.

4. Reduzir o déficit em conta corrente de 10,5% do PGB em 1984 e em 4,5 para 1987. Isto é afirmado no acordo, é necessário manter uma mudança de política realista e flexível e tarifas baixas e uniformemente.

5. Reduzir a inflação chegar a 1987 com uma taxa anual de 15%, através de uma "política monetária de estabilização." Limites à variação do crédito interno e da eliminação de linhas de crédito seletivas também são definidas.

6. Manutenção de estoques que existiam no final de 1983.

É evidente que estas restrições da política econômica são claras recessivo. Eles definem o que são chamadas, no jargão fundo monetarista, programas macroeconômicos de "austeridade" ou "ajustes recessivos". Mas a austeridade é para as pessoas e a recessão vividos por massas de desempregados e os trabalhadores assalariados.20 Para reduzir o déficit do setor público, por exemplo, significou baixar responsabilidades com pensões (que, em um contexto de inflação meios progressivamente diminuir), obrigando os hospitais de auto-financiamento e centros de saúde e os orçamentos de corte de escolas e universidades.

O Chile é obrigado a pagar toda a dívida que contraiu com os clãs econômicos que antes mesmo tinham assumido o aparelho econômico, obtendo enorme riqueza. Para isso, o governo chileno concedeu o apoio público à dívida privada, assumindo por meios diretos ou indiretos os pagamentos. Então ministros de Pinochet e seus capangas se ajoelharam diante de seus pais, o imperialismo e as classes dominantes locais, traindo os interesses do Chile e seu povo.

Na verdade, o interesse do Chile requer este verdadeiro câncer que significa que a dívida seja liquidada com a responsabilidade que a situação exige. O futuro governo democrático para substituir a ditadura do general Pinochet deve primeiro declarar nulos os acordos de reescalonamento e (incluindo garantias governamentais para a dívida privada) com os bancos credores e o FMI. Em seguida, eles devem rever as obrigações do Estado com cuidado e descartar aqueles decorrentes da compra de armas e materiais de repressão contra a população. Ele também deve aproveitar os ativos dos grupos econômicos para recuperar as transferências substanciais ao longo dos anos fez-lhes o estado fascista. Mesmo assim, você não será capaz de continuar a servir a dívida e, simultaneamente, implementar um verdadeiro programa de recuperação econômica. Portanto, acreditamos que o futuro democrático Chile vai decretar uma moratória mundial sobre a dívida externa, organização e negociação com os credores no prazo que atinge as condições para retomar o pagamento. Chile deve procurar a cooperação com outros países da região, a fim de alcançar condições mais vantajosas e evitar centros financeiros com suas represálias. Deve prevalecer generalizada de que os custos da crise deve ser compartilhada entre o devedor e o critério do credor. Assim como juros e amortização ligação às possibilidades de acumulação e da capacidade de exportação da economia nacional. Este é, em última instância para negociar de forma independente e de uma posição de força para as melhores condições possíveis que permitam dar prioridade exigindo problemas agudos da economia nacional.

V. Notas finais

O regime de Pinochet, que tem sido apoiado pelas forças armadas chilenas, levou o país à ruína financeira e condenou centenas de milhares de chilenos à pobreza extrema. Mas ele cometeu na nossa opinião um crime maior: ele entregou a soberania do Chile aos banqueiros internacionais e do Fundo Monetário Internacional para administrar o país como um negócio, extraindo tudo o que puder dele, mesmo à custa da dignidade e a vida de seus habitantes.

O Chile precisa de um novo governo. A política do ministro Buchi é ainda mais reacionário do que o personagem de gabinete Escobar-Jarpa. Isto é destinado a melhorar a capital financeiro nacional e transnacional, exacerbando as contradições do regime de Pinochet com o povo. Os salários reais continuam a cair, os mutuários de hipotecas não têm nenhuma solução para o problema vital, -a taxa de desemprego, apesar de há números oficiais para baixo, as estatais seguir o caminho da privatização e da saúde e da educação continuar o seu declínio dramático. Mesmo a melhoria conjuntural no cenário internacional (baixas taxas de juros, a queda dos preços do petróleo, a estabilização dos preços do cobre e dólar fraco) permitem alívio para ser uma maioria sobrecarregado pela crise. Porque, assim como o ex-ministro Sergio Bitar disse: "O dilema é saber se esses recursos são usados ​​para pagar a dívida, importação idiota, a fuga de capitais ou aquisição de armas, caso em que são inúteis, ou são canalizados para o investimento social, habitação para os mais necessitados, melhorar salários, vencimentos e pensões e entrega de crédito para os setores produtivos, o que obviamente irá resultar em crescimento"21. A venda de bancos internacionais e Concessão e a transferência das Administradoras de Fundos de Pensões (AFP) mais importantes capitais estrangeiros são sinais claros de o caminho escolhido pelo Ministro Buchi: austeridade para o povo e garantias para os banqueiros e do capital estrangeiro .

Em qualquer caso, o saldo atual é precária. Parte do princípio de que o sistema é capaz de conter e acabar com as demandas causadas pela grande dívida interna, a enorme massa de desempregados, trabalhadores por melhores salários reais e da defesa das empresas estatais, estudantes com mensalidades mais baratas e profissionais para as suas más condições de trabalho. Esse é o calcanhar de Aquiles, o flanco mais fraco da subjugação política do povo. A mobilização social conjunta, coordenada e simultânea em defesa das aspirações legítimas do povo pode derrotar esta política e o sistema que o suporta.

O problema da dívida externa continua a ser a contradição principal que determina o regime de reprodução do regime, mas esta contradição manifesta-se mais especificamente internamente. O desemprego foi condenado a quase um milhão de trabalhadores chilenos, a enorme massa de devedores de hipotecas, pequenos comerciantes e empresários arruinados, aposentados empobrecidos pela política econômica de Pinochet exigem solução séria para seus problemas. Tal solução é objetivamente ligada com a necessidade de uma moratória mundial sobre a dívida externa. Para todo o ônus do ajuste que significa pagar os juros e principal da dívida recai sobre os chilenos hoje, especialmente nos setores mais pobres. A moratória global suportada por cada vez mais amplos setores é, portanto, uma demanda concreta que atrai o apoio da maioria esmagadora nacional.

Notas:

Claudio Pérsico é um economista. Ele vive em Santiago

1. Antecedentes Em Banco Central do Chile, citado pelo suplemento "Economia" revista a No. 12 APSI. Julho de 1986. A queda de números do Produto Interno Bruto per capita são ainda mais alarmantes. De acordo com Patricio Meller, o PIB per capita caiu de 14,3% desde 1981, ou seja, média anual superior a 2,7. Revista de notícias CIEPLAN No. 2, Dezembro de 1985.

2. O regime de Pinochet recebeu felicitações dos representantes do governo e do FMI Reagan repetidamente. O próprio FMI em abril de 1985 enviou um telegrama de felicitações ao governo chileno "por seu comportamento exemplar." O subsecretário do Tesouro dos EUA, David Muldorf, falando no encontro anual da Associação de Bancos do Comércio Internacional, fez a ditadura de Pinochet como um exemplo para outras nações endividadas. Mesmo o Plano Baker foi implementado no Chile, em antecipação ao anúncio em Seul pelo secretário do Tesouro dos EUA.

3. Essa fixação da taxa de câmbio nominal era altamente rentável para os bancos a emprestar na taxa de juros internacional (10 ou 12%), entrando em grandes quantidades de moeda estrangeira, e colocá-los no mercado nacional com taxas reais de até 50 por cento ao ano (em 1976 a taxa de colocação atingiu 51,2% em 1981 e 38,8% em 1982 para 35,1%. Coleção "Estudos CIEPLAN" No. 18, as estatísticas de síntese). Além disso, essa mudança favoreceu a fixação importação indiscriminada de bens produzidos no país. com consequente prejuízo para a indústria nacional (ver CEPAL, Estudo Econômico da América Latina e do Caribe, 1983. Tabela No. 20, p. 298, sobre a composição das importações).

4. Ver revista New Society, 68 e 69 de 1983, especialmente dedicado ao assunto. Além disso, a obra publicada pela CEPAL, especialmente relatórios sobre renegociação da dívida externa e do progresso.

5. Ver o artigo de Hugo Fazio "Os mercados de capitais e concentração financeira" em Araucária Revista No. 5, 1979, pp. 43-68.

6. Hugo Fazio. Op. Cit .. p. 53.

7. A partir do segundo semestre de 1977, as tarifas foram fixadas em 10% para a maioria dos produtos, crescimento de Chile, em seguida, uma das estruturas tarifárias mais baixas do mundo. Posteriormente, a entrada e saída de capital foi liberado, assim que a liberalização comercial e financeira era quase absoluta.

8. De acordo com o Escritório Nacional, Escritório de Planejamento, Planejamento para o período 1977-1981 poupança externa substituído 38% da poupança nacional. ODEPLAN "Target Capital Renda", de março de 1983.

9. Orlando Caputo Leiva: "moratória da dívida externa e na América Latina" em Araucária Revista nº 30, 1985, pp. 47-61.

10. Referido Caputo. Op. Cit., P 51.

11. A taxa real de salários e vencimentos em 1970 assume um valor de 100, alcançado em 1971 para 122,7, alcançando 62,9 em 1975 e ainda não chegar a atingir o valor de 1970. Em 1984, atingiu 87 1 e no 1.985-80,2. (Fonte: INE).

12. O PEM (Programa Mínimo de Emprego) e POJH (Programa de Emprego para chefes de família) são programas de governo que empregam empregos não produtivos e meio dias para desempregados com salários que não ultrapassam US$ 25 em média mês. No final de 1985 estes dois programas emprega 295 555 trabalhadores em uma força de trabalho de 3.648.827 pessoas. Assim, as estatísticas mostram uma taxa de desemprego subestima pelo menos 8,1% de desemprego eficaz. (Coleção de "Estudos CIEPLAN", No. 18 Estatísticas resumidas. Tabelas 5 e 6.)

13. Boletim do Banco Central do Chile, em agosto de 1981.

14. Boletim do Banco Central do Chile, em agosto de 1981.

15. As estimativas de SOFOFA, transferência ascende a 2.200 bilhões de dólares e Valparaiso Business School coloca a 2.500 bilhões. O subsídio dólar entrou em vigor em agosto de 1982, quando foi desvalorizado e, em seguida, o mercado de câmbio foi liberalizado. Inicialmente, ele começou como um 23% do valor do dólar e terminou oficialmente em Junho de 1985 de 40%.

16. Veja os acordos assinados entre o regime de Pinochet e da comissão de doze bancos credores para renegociar assinado em 1983. Nos termos desse acordo. Chile submetido aos tribunais do Estado de Nova York e toda a sua propriedade ser apreendidos excepto navios de guerra e as sedes das representações diplomáticas. É ilustrativo de submissão e servilismo que foi alcançado em que a renegociação ler as cláusulas assinadas pelos representantes da ditadura.

17. Veja os documentos publicados na Área Instituto Chile Economia Alejandro Lipschutz Ciência, ICAL, sobre a questão. Para uma análise quantitativa do problema, lido em Araucária No. 34 de 1986, a obra de José Patricio Palma Cademartori e "O impagável dívida externa do Chile", p. 17-32. Em relação à dívida externa da América Latina, ver as entrevistas de imprensa e documentos escritos por Fidel Castro desde 1982, que tem mantido a necessidade de uma moratória geral ou o cancelamento da dívida externa dos países em desenvolvimento. Para uma base de uma proposta concreta de moratória global, concertada e negociou, em Araucária ver No. 30 de 1985, o artigo de Orlando Caputo citados acima.

18. Os dados preliminares colocar o superávit comercial em 1985 em pouco mais de $ 900 milhões.

19. Op. cit., p. 27.

20. De acordo com El Mercurio de Santiago, mensal suplemento "Economia e Negócios" No. 6, Junho de 1985; mais de 60 por cento dos empregados recebem renda bruta inferior a 110 dólares (após descontos que se torna $ 87). Tenha em mente que este valor é claramente volumosos, porque se trata de um universo de trabalhadores listados na segurança social e cujas empresas declarar e pagar as contribuições. É seguro supor que, entre aqueles que trabalham sem contrato ou cujas empresas não cumpram as disposições relativas à segurança social, a situação é ainda pior do que o informado pelo porta-voz dos clãs econômicos. O salário mínimo bruto, que foi recentemente redesenhada, equivale a pouco menos de $ 50.


21. jornal Fortin Mapocho, No. 353, p. 06 de março 17., 1986


Editado eletronicamente por C.D.Blest em 30/maio/2003


Fonte: www.blest.eu