Porém em suas ideias ninguém tocava
Não era diferente porque não queria ser igual
Em suas criações olhava para fora
Olhava para os vales, olhava para o mar e para a variação das marés
Olhava para o céu, o céu azul da manhã, cinza da tarde e às vezes azul de novo
Olhava também para o mergulho de um vermelho alaranjado num negro e brilhante tapete estrelado
Eram essas, todas inspirações que a distanciava de tudo o que os grandes centros devoravam
E então tudo se tornara em realidade, e a sua realidade em descarada cópia, e ainda tinha a cópia da cópia
Mas só com ela aquela conjunção falava
Só com ela
Por que estrelas do mar e do céu, só com uma única pessoa da costa falam vocês?
Adentrei seu espaço, e repetindo mais de mil vezes essa pergunta finalmente elas me falaram
E uma bronca me deram, porque já tinham comigo falado, mas não tinha conseguido ouvir
Descobri que muitos outros também não as ouviram, descobri que muitos as desprezaram e que muitos outros jamais ouvirão
Naus e navegantes, casais e ofegantes, seres errantes que as tinham como sua única salvação
Mas em nosso encontro tudo era arte
Tive que ir para concordar
Tive que ir para averbar
Tive que saber o que ela pensa e vê
Então voltei com uma resposta
Sair com a lente certa do olho do grande cão, direção leste
Diferente daqui, desse paraíso, o grande centro tudo devora
Naus e navegantes, casais e ofegantes, seres errantes que as tinham como sua única salvação
Mas em nosso encontro tudo era arte
Tive que ir para concordar
Tive que ir para averbar
Tive que saber o que ela pensa e vê
Então voltei com uma resposta
Sair com a lente certa do olho do grande cão, direção leste
Diferente daqui, desse paraíso, o grande centro tudo devora
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