quarta-feira, 30 de outubro de 2024

O legado de Hugo Chávez e a Venezuela atual

 






Por Kátia Alves Fukushima[1]

No dia 05 de março de 2023, completaram-se dez anos da morte de Hugo Chávez. Então, recebi o convite para escrever sobre o legado de Chávez e os desdobramentos na política da Venezuela, um dos temas que tem ocupado minha agenda de pesquisa há um tempo[2]. A grande dificuldade de se analisar a situação venezuelana são as informações enviesadas com as quais nos deparamos, sejam aquelas pró-governo ou aquelas que seguem a mídia hegemônica atribuindo à figura de Hugo Chávez todos os males do país e, quiçá, do mundo.      

Coincidentemente, me deparei com um artigo de Margarita López Maya (2023) que me chamou muito a atenção: a autora reduz o legado do governo de Hugo Chávez ao que seria “uma nova forma de autoritarismo sob Nicolás Maduro”. Ela afirma que a forma com que Chávez exerceu o poder, desde o seu primeiro mandato, deteriorou as “instituições democráticas liberais”, o que explica, em sua visão, a “deriva autoritária de Maduro”.      

Análises semelhantes apresentam os mandatos de Chávez e de Maduro como um único governo, como a de Norris e Inglehart (2019, p. 415) que na ânsia de classificarem Chávez como líder autoritário-populista, afirmam que “na Venezuela, Hugo Chávez prometeu redistribuição de riqueza, reforma agrária e uso das receitas do petróleo do Estado para subsidiar os padrões de vida, mas o país experimentou um declínio econômico drástico”. No entanto, este declínio econômico drástico ocorre somente no governo de Nicolás Maduro.

Essas análises são problemáticas por, no mínimo, três razões. Primeiro, ainda que Chávez e Maduro sejam figuras de um mesmo projeto político, ligados à chamada Revolução Bolivariana e ao Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), reduzir o governo Chávez e o que ele representou, única e exclusivamente, ao governo Maduro e à atual crise venezuelana, é a meu ver, uma análise reducionista, pois perde de vista, a complexidade e a contextualização do processo político em que eles se inserem. Segundo, a ideia de deterioração das instituições democráticas liberais me remete a duas questões: de que instituições democráticas estamos falando? A deterioração dessas instituições já não começou antes do próprio governo Chávez? Por fim, diante da crise venezuelana, é fácil colocar a culpa somente no governo e afirmar que este fracassou, mas qual foi o papel da oposição nesse processo?

Isto posto, busco argumentar nesse breve artigo que, primeiro, para entendermos o governo e o legado de Hugo Chávez, bem como a situação da Venezuela hoje, se faz necessário olhar (não só) para os erros, limites e contradições desses governos, mas também para o papel da oposição. Isso porque há uma lacuna nas análises sobre os governos de Chávez e de Maduro ao ignorarem as ações da oposição que, a meu ver, contribuíram para o acirramento da crise política e econômica no país, ao atuar enquanto “oposição desleal” ao longo dos governos de Chávez (1999-2013) e de Maduro (2013 – atual), na medida em que, para além de se contrapor ao governo dentro das regras do jogo, se colocou como uma ameaça à própria democracia.

Em segundo, defendo que analisar a democracia venezuelana, ou melhor, as democracias na América Latina, a partir de uma concepção de democracia liberal no seu sentido mais restrito aos procedimentos e, portanto, à arena eleitoral, é problemático. Isso porque, com essa visão restrita, perde-se de vista um importante processo de disputas de narrativas entre uma cultura hegemônica excludente e um conjunto de vozes até então marginalizadas, advindas de um processo de lutas dos movimentos sociais por democracias participativas e inclusivas e que, em distintos graus, ganharam espaço durante os governos de esquerdas. Neste aspecto, as reações a estes governos estão relacionadas mais a essa disputa de narrativas – diante de uma ameaça a essa cultura hegemônica – do que, de fato, aos erros destes governos.


Governo Chávez: o que representou e qual seu legado?

Hugo Chávez governou a Venezuela por 14 anos (1999-2013), tendo sido eleito com 55% dos votos para mais um mandato (2013 a 2019) que, todavia, vítima de uma enfermidade, faleceu antes de tomar posse. Durante esse período, Chávez apresentou significativa legitimidade perante a população, demonstrada pelas sucessivas vitórias entre eleições e referendos (vencendo 15 processos eleitorais dos 16 realizados durante seus mandatos).

Vale lembrar que Chávez se insere no chamado giro à esquerda, ou maré rosa (Panizza, 2006), no final do século XX e início do século XXI, em que várias lideranças e partidos de esquerda e centro-esquerda assumiram o poder em diversos países da América Latina. Chávez ascendeu ao poder dentro das regras da democracia liberal, em um contexto de crise do sistema político venezuelano[3] e deslegitimação dos partidos tradicionais, Ação Democrática (AD) e o Comité de Organização Política Eleitoral Independente (COPEI), que se alternavam no poder no chamado “sistema populista de conciliação de elites” (Rey, 1998). Seu governo não conseguiu implementar mudanças estruturais, que verdadeiramente ameaçassem o sistema capitalista, e nem superar a economia rentista, com base nos recursos do petróleo. No entanto, por si só, representou, em um país historicamente governado por forças oligárquicas e conservadoras, uma mudança na ordem institucional, ao mudar o bloco no poder e construir uma nova hegemonia. A ruptura com o status quo até então vigente gerou em torno do governo um constante embate com setores oposicionistas – partidos, setores empresariais e midiáticos.

Uma das primeiras medidas de Chávez ao assumir o poder presidencial da Venezuela foi convocar uma Constituinte e promulgar uma nova Constituição com aprovação popular por meio de referendo. Podemos dizer que a Constituição de 1999 é um dos principais legados de Chávez e, com ela, o debate sobre a concepção de democracia para além de seus aspectos procedimentais. A Carta Magna apresenta uma série de mecanismos de inclusão e participação, como a garantia de três cadeiras na Assembleia aos povos indígenas e os mecanismos de consultas populares e iniciativa de leis, além do referendo revogatório – instrumento importante, nas mãos dos cidadãos, que permite revogar o mandato de todos os cargos de eleição popular. Ainda que, como aponta López Maya (2023), esta Constituição tenha sido resultado de um amplo debate social, político e institucional que vem desde a década de 1980, dar respaldo as ideias de democracia participativa neste processo não é pouca coisa[4].

Destaco também as chamadas Missões Bolivarianas – uma série de políticas sociais – que, sem ignorar os problemas internos de gestão, promoveram avanços significativos na vida dos venezuelanos no que se refere ao acesso à educação, saúde e emprego, reduzindo, assim, as taxas de pobreza e desigualdade no país. A pobreza, por exemplo, que atingia 49,4% em 1999, se viu reduzida a 29,5% em 2011. No mesmo período, a taxa de indigência diminuiu de 21,7% para 11,7%. No intervalo da crise do governo com a oposição, a taxa de desemprego alcançou, no ano de 2003, 18%. Após esse período e, justamente, quando se iniciaram as Missões Bolivarianas, a taxa de desemprego começou a cair expressivamente, chegando a 8% em 2012. A redução da desigualdade foi significativa comparada aos outros países da América Latina, como podemos verificar no índice de Gini[5], em que a média dos países latino-americanos foi de 0,512 em 2010 e a Venezuela, no mesmo ano, estava abaixo dela com 0,394 – quanto mais próximo de zero, menos desigual.

Essas Missões somadas às políticas de estímulo à participação, com a criação de instituições participativas, como os Conselhos Comunais, constituíram o eixo do projeto político chavista. Para tanto, o Estado assumiu, neste período, o papel central na promoção dos direitos sociais, bem como na regulação das relações econômicas.

Mesmo que muitas políticas adotadas pelo governo tenham representado a “cooptação” da população para reverter em apoio político à figura de Chávez, os dados mostram que produziram resultados positivos para os venezuelanos, em especial para os grupos marginalizados. Ademais, se partimos da premissa da função educativa da participação – “Quanto mais os indivíduos participam, melhor capacitados eles se tornam para fazê-lo” (Pateman, 1992, p. 61) – podemos afirmar que a presença desses mecanismos participativos pode contribuir para o aperfeiçoamento da participação popular. Assim, apesar das contradições presentes nas instituições participativas, podemos afirmar que a ideia de participação foi internalizada na vida social, institucional e psicológica dos venezuelanos – outro legado do governo Chávez.

Todavia, tais políticas, como a literatura demonstrou, estavam imersas na polarização política e social entre governo e oposição presente durante todo o governo Chávez. Parte deste embate, como mencionei, se relaciona à disputa de narrativas entre aqueles que queriam manter o status quo e, logo, uma cultura excludente, e aqueles que, a partir das políticas de inclusão e participação, passaram a ocupar lugares que não eram considerados seus e a reivindicar uma democracia mais substantiva, gerando um constrangimento naqueles que sempre tiveram o privilégio de estarem nestes lugares. Setores abastados começam a se sentir ameaçados e, logo, vão aceitar qualquer alternativa que mantenha o seu status quo, ainda que essa opção represente a quebra da própria democracia, apoiando, por exemplo, uma oposição desleal.

Mas, como disse, não pretendo minimizar os erros do governo. Vários fatores contribuíram ou acirraram para o descontentamento de vários setores e abriram espaços para a atuação de uma oposição desleal, como a concentração do poder no Executivo. A adoção da reeleição indefinida também foi um grande erro do governo Chávez, e que tem sido um tiro no pé de muitas lideranças que têm buscado esse caminho. Tal medida, a meu ver, enfraquece tais governos, pois ao ficar dependente de uma única liderança, não contribui para a formação de quadros fortes no interior dos partidos.


Oposição “Desleal”

Como argumentei, não é possível analisar a crise venezuelana somente a partir dos governos chavistas sem dar atenção ao papel da oposição política e econômica, que se converteu em uma “oposição desleal” ao longo dos governos de Chávez e de Maduro.

A “oposição desleal”, segundo Linz (1991), constitui-se em partidos e/ou grupos de interesses que promovem ação conjunta com fins desestabilizadores para derrubar o governo, sem nenhuma possibilidade de constituir uma nova maioria. De acordo com o autor, não é improvável que, diante de uma oposição desleal e dos perigos que esta pode causar, o governo, buscando salvar o regime, caminhe em uma direção autoritária. No limite, estas ações podem levar à queda de presidentes ou ao fechamento do governo em direção ao autoritarismo.

Quando Chávez começou, de fato, a implementar as políticas que havia anunciado em sua campanha eleitoral, muitos setores começaram a se sentir ameaçados, dentre os quais, podemos citar: os partidos de oposição, setores empresariais (representados pela Fedecámaras – Federação Venezuelana de Câmaras de Comércio e Produção); setores midiáticos (ligados aos jornais e redes de televisão: El Nacional, El Universal, Globovisión, RCTV, Venevisión); lideranças da Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA)[6] e da Confederação dos Trabalhadores da Venezuela (CTV), além de setores da classe média. Dentre as ações promovidas por essa oposição que a converte em desleal, citamos: as paralisações em 2001, o golpe que destituiu Hugo Chávez do poder entre 11 e 14 de abril de 2002, a sabotagem petrolífera entre 2002 e 2003, e o boicote às eleições parlamentares em 2005.

Após o fracasso dessas ações e medidas visando à desestabilização, a oposição à Chávez havia adquirido um caráter mais democrático nos últimos anos de seu governo. Tal estratégia, em muito localizada na união de setores oposicionistas em torno da Mesa de la Unidad Democrática (MUD), levou a uma considerável melhoria nos seus resultados eleitorais. A oposição, neste sentido, não apenas conquistou o poder em estados importantes do país, como tornou reais suas chances de vitória nas eleições presidenciais. A MUD logrou reunir todos os setores descontentes com o governo chavista, criando em torno da candidatura do então governador do estado de Miranda (2008-2012), Henrique Capriles, a personificação do líder anti-Chávez.

No entanto, após a morte de Chávez e a derrota na eleição presidencial de abril de 2013 para Nicolás Maduro, a oposição ficou dividida[7] e alguns setores retornaram ao antigo caminho, não reconhecendo o resultado das eleições e incitando protestos violentos contra o governo – conhecidos como “La Salida” (2014). Houve também um boicote as eleições de 2018 e, em 2019, Juan Guaidó (Voluntad Popular – PV), um dos líderes da oposição, se autoproclamou presidente e passou a defender intervenção estrangeira no país.

A relação entre oposição e governo na Venezuela se constitui em um jogo de soma zero, que leva a um círculo vicioso entre ações antidemocráticas por parte da oposição e o endurecimento por parte do governo. Quem sofre as consequências desse jogo é a população venezuelana. 


Venezuela hoje

Após a morte de Chávez em 2013, Nicolás Maduro – vice-presidente e ex-ministro de Relações Exteriores – foi eleito no mesmo ano com 50,62% dos votos. O governo de Maduro foi marcado por uma grave crise econômica que se instaurou em 2014[8] – com uma das inflações mais altas do mundo, desabastecimento e inseguridade. Uma série de fatores podem explicar a crise política, econômica e social venezuelana, como a dependência do petróleo, as influências internacionais e a inabilidade dos atores governistas de encontrarem soluções para a crise, bem como o papel da oposição ao acirrar ainda mais a polarização e a crise no país.

Neste sentido, entender a Venezuela hoje e a crise política, econômica e social perpassa por quatro dimensões: 1) relação governo e oposição; 2) papel dos militares no governo; 3) distanciamento entre “chavismo burocrático institucionalizado” versus “chavismo popular” e; 4) interesse dos EUA no fim do chavismo.

Como apontamos, a relação entre governo e oposição sempre foi marcada por intensa polarização, constituindo um jogo de soma zero.

O governo Maduro, na luta para se manter no poder, não enfrentou temas centrais para tentar superar a crise econômica, respondendo de modo letárgico aos desafios econômicos do país, especialmente no que diz respeito à necessidade de ajustar os controles de preço e câmbio que se prestam à especulação, contrabando e corrupção (Ellner, 2019, p. 169).

Este último tema, somado à falta de transparência, constitui outro “calcanhar de Aquiles” do governo. Segundo o sociólogo venezuelano Edgardo Lander, durante o governo Maduro houve um aumento da militarização, com a incorporação de membros das Forças Armadas em cargos da administração pública, buscando garantir o apoio dos militares ao governo. Nestes cargos houve níveis mais altos de corrupção, com destaque para as áreas de alocação de divisas, portos e de distribuição de alimentos, gerando uma deterioração dos serviços públicos e, logo, uma crescente rejeição ao governo Maduro.

As dificuldades do governo em solucionar a crise econômica, segundo Oscar Lloreda (2019), se reflete em um distanciamento entre dois grupos, que ele denomina de “chavismo burocrático-institucionalizado” e o “chavismo popular”. Para o autor, “o que unifica hoje ambos os grupos é a existência de um projeto e um horizonte comum, traçado ao longo desses vinte anos. O que os separa, em alguma medida, é a preocupação atual de cada um”. Enquanto o “chavismo burocrático-institucionalizado” tem como objetivo central a sua sobrevivência, ou seja, a manutenção do poder institucional, “o chavismo popular” se concentra mais na viabilidade e na ‘sustentabilidade histórica’ do projeto bolivariano”.

Outro fator que acirra a crise venezuelana são as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos. Desde a ascensão de Hugo Chávez em 1999, as relações entre Venezuela e Estados Unidos se caracterizam por tensões diplomáticas, especialmente      após o golpe de 2002 contra o governo Chávez, liderado pela oposição e com apoio do Governo Bush (2001-2009). Durante o governo Maduro, a relação entre os dois países se acirrou, com a imposição de sanções por parte dos Estados Unidos contra o país[9]. Segundo Bull e Rosales (2023), tais sanções inibiram a capacidade da Venezuela de recuperar-se da crise de 2014, contribuindo para a queda de 80% do PIB per capita registrada entre 2013 e 2021.

Para Lloreda (2019), a estratégia dos Estados Unidos se concentra em asfixiar a economia venezuelana e isolar diplomaticamente o país, apostando no colapso interno a partir de pressões externas, pois o esgotamento do chavismo representaria “que não é viável e nem possível a construção de uma alternativa ao modelo hegemônico”.

Diante do exposto, a conjuntura atual coloca o futuro da Venezuela, com eleições previstas para 2024, como uma incógnita. O que posso dizer é que uma solução mínima para a resolução da crise no país perpassa, primeiro, por um diálogo entre governo e oposição no sentido de entender a presença dos dois atores políticos como parte da política venezuelana; segundo, pela luta por acabar com as sanções impostas pelos Estados Unidos e, terceiro, pela recuperação e aprofundamento dos pontos positivos do governo Chávez, mais precisamente, no que se refere às suas políticas de inclusão e participação que deram voz aos grupos excluídos da política venezuelana. Este último ponto, contudo, esbarra, naqueles que querem manter a democracia restrita à arena eleitoral e, portanto, condizente com as desigualdades e exclusão – debate presente nas crises de outros governos de esquerda latino-americanos.

* Este texto não representa necessariamente a opinião do Boletim Lua Nova ou do CEDEC.


Referências Bibliográficas

Bull, Benedicte e Rosales, Antulio. Cómo las sanciones a Venezuela abrieron paso a un capitalismo autoritario. Nueva Sociedad, no 304, marzo-abril de 2023. Disponível em: <https://nuso.org/articulo/304-sanciones-venezuela-capitalismo-autoritario/>.

Ellner, Steve. “Class Strategies in Chavista Venezuela: pragmatic and populista policies in a broader context”. Latin American Perspectives, Issue 224, Vol. 46 No. 1, January, 2019. p. 167–189. DOI: 10.1177/0094582X18798796

Fukushima, Kátia A. A política social do Governo Chávez: quais os avanços? Revista Mural Internacional, v. 9, p. 99-121, 2018.

Fukushima, Kátia Alves. O governo Chávez e a luta pelo poder na Venezuela: uma análise dos atores políticos em conflito. Dissertação (Mestrado em Ciência Política). São Carlos: UFSCar, 2010.

Fukushima, Kátia Alves. Os impasses à democracia participativa nos governos de esquerda: os casos do Brasil, do Chile e da Venezuela. Colombia Internacional, v. 98, p. 105-135, 2019.

Fukushima, Kátia Alves; González Durand, Jorge. Venezuela Hoje: entre a polarização política, as sanções dos EUA e a pandemia do Coronavírus. A terra é redonda, 2020.

Linz, Juan J. La quiebra de las democracias. Argentina: Alianza Estudio, 1991.

Lloreda, Oscar. “Ni Geopolítica, ni petróleo: Lo de Venezuela es un acto ejemplarizante”. Foro de Comunicación para la Integración de NuestrAmérica (FCINA), 2019. https://www.alainet.org/es/articulo/198091.

López Maya, Margarita. Autoritarismo, izquierdas y democracia participativa en Venezuela. Nueva Sociedad, no 304, marzo-abril de 2023. Disponível em: <https://nuso.org/articulo/304-autoritarismo-izquierdas-democracia-participativa-venezuela/>.

Norris, Pippa; Inglehart, Ronald. Cultural Backlash: Trump, Brexit, and Authoritarian Populism. Cambridge: Cambridge University Press, Panapo, 2019.

Panizza, Francisco. La marea rosa. Análise de Conjuntura, OPSA, n°8, 2006.

Pateman, Carole. Participação e teoria democrática. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

Rey, Juan Carlos. El futuro de la democracia en Venezuela. Caracas: Universidad Central de Venezuela, 1998.

Serrano, Rafael Quiroz. Meritocracia Petrolera. ¿Mito o Realidad? Caracas: 2003.


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[1] Doutora em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Professora Adjunta do Departamento de Ciência Política – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFCS/UFRJ). E-mail: kafukushima.politica@gmail.com.

[2] Este texto apresenta ideias já desenvolvidas em outros trabalhos da autora (Fukushima, 2010; 2018; 2019; 2020).

[3] Ao longo da década de 1990, houve expressivo aumento da taxa de pobreza na Venezuela, alcançando em 1999 um total de 49,4%. A taxa de indigência subiu de 14,4% em 1990 para 21,7% em 1999. Os gastos sociais que eram 10,06% do PIB foram reduzidos a 7,3% em 1996. As informações podem ser conferidas no sítio da CEPAL.

[4] Basta olharmos a situação no Chile, que ainda permanece sob uma Constituição advinda da ditadura e que é extremamente restritiva quanto à participação popular.

[5] O índice de Gini vai de 0 a 1, em que 1 representa a máxima desigualdade e 0 a perfeita igualdade. Esta descrição, e  a estatística apresentada na sequência do texto, estão disponíveis no sítio da CEPAL, seguindo pelo menu: Demográficos y sociales > Distribución del ingreso > Índice de concentración de Gini.

[6] A PDVSA, embora, uma empresa estatal, atuava, antes do governo Chávez, como um Estado dentro do Estado (Serrano, 2003).

[7] A despeito dessa cisão, a oposição venceu as eleições parlamentares de 2015, alcançando uma maioria qualificada com 2/3 das cadeiras legislativas. Após a posse, a primeira medida da oposição foi retirar da parede do Parlamento os quadros de Chávez e de Bolívar ou de qualquer vestígio que representasse a hegemonia chavista, adotando uma “política de ressentimento”.

[8] De acordo com a projeção do Banco Mundial, o PIB da Venezuela caiu 17,7% em 2018, com previsão de queda de 25% em 2019, o que implicaria em uma queda acumulada de 60% desde 2013.

[9] Dentre as ações promovidas pelos Estados Unidos contra a Venezuela, podemos citar a apreensão ou confisco de bens e contas do Estado venezuelano no exterior; o bloqueio de transações financeiras relacionadas à Venezuela e; o reconhecimento de um governo interino.

Fonte Imagética: Wikimedia Commons. El pueblo venezolano acompañó los restos de su presidente Hugo Chávez Frías en la Academia Militar. 8 mar. 2013. Fotografia de Cancillería Ecuador.


Fonte: boletimluanova.org

sábado, 12 de outubro de 2024

'Goodbye Blue Sky', só pra cantar!




'Goodbye Blue Sky' canção do Pink Floyd do álbum duplo The Wall de 1979.
A letra da música fala de guerra, agonia e tristeza;

"Você já se perguntou por que tivemos
que correr para o abrigo quando a
promessa de um mundo novo e corajoso
se desenrolou sob o céu azul claro?"

A cacofonia do 'Pink', personagem fictício da banda, nessa música, lembra o peso de algumas redes sociais, mais de 45 anos depois...

Especialmente em Setembro de 2024, com o bloqueio do X, parte significativa dos brasileiros com perfil nessa rede migrou para o Bluesky, dentre esses muitos militantes de esquerda.


Passados 39 dias a suspensão do antigo Twitter cessou e muitos viram nesse período no Bluesky realmente um lindo céu azul, lembrando os primórdios da outra rede que agora pertence a um milionário que abraça ideais de extrema-direita tentando mandar no Brasil.

Muitos, como esse que aqui escreve não querem voltar ao X, torcem para que o Bluesky continue suave, e nem vou entrar aqui nos detalhes de descentralização, moderação, feeds, abertura de capital, entre outros detalhes.
Dentro disso a Cynara escreveu algo que vem muito nessa linha;

continuar no bluesky é como recomeçar a vida do nada em outra cidade, conhecendo gente nova e se permitindo ser diferente da persona de antes. bastante satisfatório, eu diria. e o X virou trabalho, só. a ex-cidade que a gente visita só por obrigação

— Cynara Menezes 🧘🏻‍♀️ (@cynaramenezes.bsky.social) 9 de outubro de 2024 às 23:35

Concordo, e realmente após quinze anos tendo ali um banco de dados, especialmente em listas, o X virou só "trabalho" dando-me preferência em "estar" no Bluesky.
Nessa e noutra linha também escrevi minha reflexão;

Ñ dá p negar q o Bluesky se tornou uma rede agradável sem o ataque de extrema-direita a cada postagem 'Ain, mas só estamos falando com a nossa bolha' Ok, mas partindo do princípio de q quem ataca na outra rede ñ fala/conversa e em sua maioria xinga, bom é manter essa "bolha" p divulgar e aprender

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— Alexandre Fizoele Salazar✊🏾 (@alexandre-salazar.bsky.social) 9 de outubro de 2024 às 11:13


E aqui no "Céu Azul" estamos. Será para sempre? Não sei! Posso ter uma recaída voltando ao tóXico? As coisas podem mudar por lá? Os raivosos do X podem invadir o Bluesky? São questões que só o amigo tempo pode responder.

Mas enquanto isso, melhor é só cantar 'Goodbye Blue Sky', e ficar.



Goodbye Blue Sky/Adeus Céu Azul


[Jovem Pink, dublado pelo filho de Roger, Harry]

Olha, mamãe. Tem um avião no céu.

[David Gilmour]

Di' di' di' você viu os assustados?

Di' di' di' você ouviu as bombas caindo?

Di' di' di' você já se perguntou por que tivemos

que correr para o abrigo quando a

promessa de um mundo novo e corajoso

se desenrolou sob o céu azul claro?

Di' di' di' você viu os assustados?

Di' di' di' você ouviu as bombas caindo?

As chamas já se foram há muito tempo, mas a dor continua.

Adeus, céu azul.

Adeus, céu azul.

Adeus. Adeus.


Mais detalhes da música thewallanalysis.com

terça-feira, 8 de outubro de 2024

'Como descobri a chocante identidade secreta do meu noivo'

 

DONNA MCLEAN












28 agosto 2024 por BBC

A escocesa Donna McLean se apaixonou, em 2002, por Carlo Neri, um homem que conhecera em um protesto em Londres contra a Guerra do Iraque.

Eles tinham muita coisa em comum, em particular, o interesse por causas políticas de esquerda, e estiveram juntos por quatro anos. Para Donna, Carlo era o amor de sua vida, o homem com quem queria se casar e formar uma família.

Mas o relacionamento foi encerrado de forma abrupta por Carlo, que, havia alguns meses, passara a ser comportar de um jeito bastante estranho.

Nove anos depois, Donna descobriu a verdade sobre o ex-noivo: na verdade, usava uma identidade secreta.

Esse caso é contado em um episódio da terceira temporada do podcast Que História!, da BBC News Brasil. Ele pode ser ouvido nas principais plataformas de podcast, como Spotify e Apple Podcasts, e no canal da BBC News Brasil no YouTube.


'Minha mãe o amava...era afetuoso e simpático'

Donna estava na casa dos 30 anos, era solteira, vivia em um apartamento em Londres. Tinha trabalhado como enfermeira e agora gerenciava um programa de atendimento psicológico em um abrigo para moradores de rua.

Seu círculo de amigos era basicamente composto de pessoas que conheceu no trabalho e por ativistas ou sindicalistas, que, como ela, simpatizavam com causas de esquerda. Boa parte desse grupo participou, em 2002, da marcha contra a Guerra do Iraque no centro de Londres, que reuniu cerca de 150 mil pessoas.

Foi ali que conheceu um homem que acabaria tendo grande impacto em sua vida.

"Fiquei um pouco perdida porque a marcha era muito grande", contou Donna ao programa Outlook, da BBC. "Não consegui encontrar as pessoas. Mas lá no Hyde Park achei Dan, um amigo meu. Ele estava com um grupo de pessoas, algumas delas eu já conhecia. E ali Dan me apresentou a esse cara, Carlo. Ele estava um pouco afastado, usando óculos escuros. Achei ele um gato, fiquei bem interessada nele."

"Na verdade, Dan já tinha me falado dele, de que ele trabalhava como chaveiro. O estranho é que, vendo ele, me lembrei de que já tinha visto ele antes. Ele tinha passado no meu apartamento havia uns 9 meses para pegar umas caixas de papelão. Lembro de Carlo conversando com meu namorado na época. Eu disse: 'já te conheci antes, no meu apartamento. Mas ele negou, disse 'Não, não, nunca estive no seu apartamento'. E eu disse: 'Você ficou falando sobre boxe com meu namorado'. E ele respondeu: 'Não me lembro disso'."

Donna contou que o dia terminou com o grupo indo a um pub. Ela sentou ao lado de Carlo e eles ficaram conversando.

"Ele era meio grande, musculoso. E também era ativista de esquerda, falamos sobre política, sobre livros, família. E rapidamente se tornou uma conversa muito íntima. Parecia que havia uma conexão, que eu já conhecia ele. Todos nós fomos jantar, as pessoas foram indo pra casa, e ficamos só nós dois. Então acabamos indo para o meu apartamento. E depois disso, ele foi ficando."

Poucas semanas depois, Carlo Neri se mudou para o apartamento de Donna. Os dois saíam para trabalhar e voltavam às 5 e meia da tarde. Carlo é quem sempre cozinhava. Eles iam a festas, saíam para jantar, frequentavam o mesmo grupo de amigos.

"Não conseguia acreditar que deu tudo tão certo tão rapidamente. Ele se dava bem com todos os meus amigos. Os amigos do trabalho adoravam ele. E logo ele conheceu minha família."

"Ele trouxe os livros dele, muitos deles eu tinha, porque eram livros de esquerda. Trouxe muitas fotos antigas de família, fotos de sua mãe quando ela era mais nova. Fotos de seu pai. Algumas fotos de sua irmã. Antes de se mudar ele tinha me contado que tivera um filho, após um relacionamento muito curto, mas que estava afastado dele porque a mãe tinha se mudado para a Cornualha."

Carlo contou a Donna que tinha nascido em Londres, de pais italianos. Mas que os pais haviam voltado para a Itália quando a mãe ficou doente. Segundo Carlo, a família era de Bolonha. E quando Carlo propôs a Donna que eles comemorassem o Dia dos Namorados em Bolonha, ela topou no ato.

"Foi lindo. Foram as férias mais luxuosas que já tive. Você sabe, eu tinha um emprego relativamente bom e ele também ganhava bem como chaveiro. Ficamos em um hotel cinco estrelas, com café da manhã levado para o quarto. Nunca tinha feito isso antes."

Mas Donna acabou não conhecendo a família de Carlo.

"Ele já tinha me dito que tinha uma relação ruim com seu pai. Que batia na mãe e era um homem bastante desagradável e que ele, Carlo, sentia muita culpa por não ter conseguido proteger a mãe. Ele disse que aquela viagem era só para a gente se divertir. Foi uma viagem romântica."

Donna também tinha problemas nas relações familiares, e diz que ambos conversavam muito sobre esses problemas, e que isso foi uma das razões pelas quais se aproximaram tanto tão rapidamente. Outro fator foi que compartilhavam praticamente os mesmos amigos e conhecidos. E que a família de Donna gostou muito de Carlo.

"Minha mãe o amava. Ele era tão afetuoso e simpático. Levava presentes para eles, vinho e comida muito bons. Conversava com meu padrasto sobre motos e história. Jogava sinuca com minha irmã… Era incrivelmente charmoso."


Entre 2002 e 2003, Londres foi palco de vários protestos contra a Guerra do Iraque














Já Donna nunca teve contato com parentes de Carlo. Ele disse que tinha uma irmã vivendo em Londres. Ele ia visitá-la, mas nunca levou Donna junto. Dizia que a irmã vivia em um casamento infeliz e sofria de profunda depressão. Carlo também visitava o filho do relacionamento anterior, na Cornualha. E quando Donna sugeria que ele trouxesse o filho para Londres, ele desconversava.

"Ele dizia, você vai conhecê-lo. Isso vai acontecer. Mas no momento, a mãe dele não quer que o menino conheça outra mulher. Preciso recuperar esse relacionamento primeiro."

Para celebrar o Ano Novo de 2003, Donna e Carlo resolveram dar uma festa. Chamaram amigos, Carlos cuidou da comida e da bebida, estava tudo indo bem.

"Pessoas que não se conheciam estavam conversando, se dando bem. Todo mundo de alto astral, numa celebração adorável. E então… Carlo me pediu em casamento. Só isso: 'Você quer se casar comigo?' E eu disse: sim. E ele disse: Vamos ligar para sua mãe. E ligamos, pouco depois do Ano Novo. Minha mãe disse: 'O quê??'"

"É o que ela queria. Que eu me estabelecesse e tivesse uma vida normal, porque eu tinha ido para Londres. Ela ficava preocupada. Mas ela gostou da ideia de eu encontrar uma pessoa firme e estável que cuidasse de mim, porque Londres pode ser um lugar bastante assustador quando você é uma mulher sozinha."

"De certa forma, eu sabia que ele ia me pedir em casamento. A gente conversava sobre isso, fazia planos. A gente queria ter três filhos, eventualmente mudar de Londres para uma cidade menor. Era o momento certo. Eu realmente achava que esse seria nosso futuro."

Algum tempo depois, Carlo mudou de emprego. Ele disse que agora estava trabalhando para uma empresa italiana de importação e exportação. E passou a se ausentar por alguns dias toda semana. Mas eles continuavam a se entender, pelo menos até a chegada do verão.

"Tínhamos planejado férias de duas semanas. A ideia era dirigir até a França e seguir a rota da Tour de France, da qual gostava muito. Ele tinha organizado a viagem, estava tudo pronto. Mas na noite anterior, quando cheguei em casa do trabalho, ele disse: Sinto muito. Não vou poder ir. Preciso voltar para a Itália. Meu pai não está bem, teve um derrame. E foi."

"A gente se falava todo dia por telefone. Mas parecia que algo estava um pouco diferente. Parecia que havia surgido um distanciamento, algo que não conseguia identificar direito. Ele voltou, e as coisas estavam normais. A gente saía, via as pessoas…Mas comecei a me incomodar com o fato de nunca ter conhecido alguém da família dele."

O ano passou e Carlo disse que teria de voltar pra Itália porque seu pai tinha piorado. Donna passou o Natal com seus pais na Escócia. No Ano Novo ele ligou dizendo que seu pai havia morrido. E quando voltou, no início de 2004, ele "não era a mesma pessoa que foi para a Itália", segundo Donna.

"Ele parecia realmente diferente. Ele deixou a barba crescer, estava todo desgrenhado e havia perdido peso. Seus olhos pareciam diferentes. E antes, ele gostava de abraçar, de ficar de mão dada.. Todo esse calor e carinho haviam sumido."

"E quando conversamos, ele disse que depois do funeral do pai, a irmã dele revelou que fora abusada sexualmente pelo pai desde os 11 anos. Ele disse que não estava conseguindo lidar com o sentimento de vergonha e culpa disso tudo. E de repente eu entendi porque a família dele era tão fragmentada e a irmã tão distante. Eu queria ajudar ou tentar dar o máximo de apoio possível, mas ele realmente se afastou. Mesmo assim eu ainda acreditava no relacionamento."


Donna passou o Dia dos Namorados com e Carlo na cidade dos pais dele, Bologna: 'Foi lindo. Foram as férias mais luxuosas que já tive. Ficamos em um hotel cinco estrelas, com café da manhã levado para o quarto. Nunca tinha feito isso antes'
















Mas num belo dia, Donna voltou do trabalho e todas as coisas de Carlo tinham sumido. Livros, roupas, ímã de geladeira…. Carlo tinha se mudado de casa.

"Fiquei arrasada. E então, duas semanas depois, ele me ligou e disse: 'Ah, não, não quero que isso acabe. Eu só preciso morar em outro lugar por um tempo. Mas eu realmente não quero que isso acabe'. Voltamos a ficar juntos, mas ele não morava mais comigo. Ficamos juntos por mais seis meses, mas nunca mais foi a mesma coisa."

"Em um dia de novembro, fomos ao cinema. Ele estava bem desdenhoso e rude comigo. E eu me lembro de ter entrado em um táxi e dele jogando dinheiro em mim. Ele simplesmente não era como a pessoa que eu conhecia. Era como um completo estranho. E no dia seguinte ele me enviou um e-mail no trabalho apenas dizendo: Acabou. Não vou ver você de novo. Estou em outra."

Essa noite do cinema foi a última vez em que Donna viu Carlo Neri, que ela achava ser o amor de sua vida. Ela ficou arrasada. Com sentimentos que oscilavam entre culpa, tristeza e raiva. Passou a se agarrar ao trabalho. Diz ter levado dois anos para voltar a pensar em namorar de novo.

Ela trocou Londres pela pequena cidade inglesa de Folkestone, na costa, onde iniciou um novo relacionamento e teve gêmeas. E diz que, apesar de estar, hoje, separada do pai das crianças, ter as filhas lhe trouxe propósito, normalidade e estabilidade, coisas que ela tanto queria ter tido na relação com Carlo.


'Venha a Londres...precisamos conversar'

Os anos foram passando. Em 2015, nove anos após ela ter visto Carlo pela última vez, Donna recebeu uma mensagem de texto de um amigo dos velhos tempos, dizendo "venha para Londres, precisamos conversar".

Esse amigo tinha reunido um grupo de pessoas para revelar a elas a verdade sobre o homem que todos eles tinham conhecido como Carlo Neri: Carlo era um policial. Ele integrava uma unidade secreta da Polícia Metropolitana de Londres que infiltrava grupos políticos de esquerda e de ativistas na Grã-Bretanha.

"Eles estavam me dizendo que uma coisa tão importante na minha vida não tinha sido real. Lembro de me sentir completamente fora de eixo, como se tivesse feito uma grande trapalhada. Eu simplesmente não sabia qual era a minha parte nisso. Eu não sabia quem eu era na história e por que estava nela."

O encontro em Londres só confirmou o que Donna já suspeitava. Alguns meses antes, ela recebera a visita de uma amiga que passou uns dias na casa dela. Essa amiga trouxe um livro escrito por dois jornalistas e que estava no centro de um grande escândalo. Ele revelava vários casos de mulheres que tinham tido relações longas com homens que eram, na verdade, policiais disfarçados. Donna leu o livro, Undercover: The True Story of Britain's Secret Police (Disfarçado: a verdadeira história da polícia secreta britânica, em tradução livre), de Paul Lewis e Rob Evans, em apenas uma noite.

"Os cabelos da nuca se eriçavam enquanto eu lia o livro. O jeito como as relações se desenvolviam… todos os homens tinham o mesmo passado de algum trauma de infância, uma família distante, uma espécie de crise nervosa, e depois desapareciam."

"Todas essas mulheres ou eram militantes de causas ambientais, de direitos dos animais, ou de partidos de esquerda. Mas o que realmente mais me impressionou foi a forma como esses homens sumiam da vida das mulheres. Eu pensava, meu Deus, isso parece tanto com o que aconteceu com Carlo."


Donna contou sua história em 'Small Town Girl' ('Menina do Interior' em tradução livre)
































A verdadeira identidade de Carlo foi confirmada após uma investigação feita por uma rede de ativistas e acompanhada pelo programa Newsnight da BBC e o jornal The Guardian. A BBC não divulgou o nome desse policial para proteger sua família.

A Polícia Metropolitana de Londres, também conhecida como Scotland Yard, tem a política de não confirmar nem negar a identidade de indivíduos que supostamente agiram em condição de agente disfarçado. Mas eles admitiram que policiais infiltrados cometeram abusos e pediram desculpas às sete mulheres mencionadas no livro dos jornalistas - que tinham entrado com uma ação contra a instituição. Elas receberam indenizações após um acordo. A polícia disse que a unidade secreta tinha sido desmantelada em 2008.

Aos poucos, como se estivesse juntando peças de um quebra-cabeças, Donna foi redesenhando sua história com Carlo.

"Fiquei meio obcecada com aquela história dele não se lembrar de ter passado no meu apartamento nove meses antes de nos encontrarmos no Hyde Park. Acho que eu já estava sendo monitorada naquele ponto. Naquela visita, ele ficou sabendo como eu era politicamente porque podia ver meus livros, minha música e minha arte… Hoje eu acho que ele estava mesmo interessado em monitorar outra pessoa. Mas eu era bem sociável. Acho que seria a namorada ideal para ele, porque eu conhecia muitas pessoas ligadas a movimentos de esquerda. As pessoas confiavam em mim. Comigo, ele poderia ir para qualquer lugar e as pessoas confiariam nele."

"Fiquei com muita vergonha por ter deixado ele me enganar tanto. Fiquei particularmente envergonhada porque ele simulou que teve um colapso mental. Eu passei a vida trabalhando com saúde mental! Me senti uma completa idiota. Até questionei minhas habilidades profissionais. Toda aquela história da irmã abusada pelo pai dele, nada disso era verdade…"

"É muito cruel, muito maldoso contar uma história dessas a uma pessoa próxima, que acaba sofrendo com isso, principalmente se ela também passou por um trauma parecido. Eles simplesmente não se preocuparam com isso, queriam apenas ter uma história, que lhes permitisse sumir, desaparecer quando fosse necessário. A revelação catastrófica que levou a um final foi toda planejada. Não tenho dúvidas sobre isso."

No início de 2016, Donna McLean entrou com uma ação civil na Justiça contra a Polícia Metropolitana de Londres, dizendo ter sido vítima de abuso e tortura psicológica pela instituição.

Em março de 2022, após seis anos, o processo na Justiça terminou com uma indenização e um pedido de desculpas da polícia. Foi nessa época que Donna lançou um livro, Small Town Girl (Menina do Interior em tradução livre), em que conta sua história.

terça-feira, 24 de maio de 2022

#AleGigante

Ontem no Space em homenagem ao Alexandre organizado pelo Fines acompanhei tudo como ouvinte e esse espaço com declarações incríveis dos familiares, amigos e admiradores só reforçou e revelou ainda mais o que foi a militância desse guerreiro.

Se um dia o seu filho Adonis, sua esposa Marta ou um outro familiar encontrarem essas linhas quero lhes dizer que os agradeço muito por dividir essa pessoa ímpar conosco na militância por um país melhor, decente e justo.

Em 2009, também repentinamente perdi o meu irmão, ele era membro desde o primeiro ano do Motoclube Falcões e o dividíamos sempre com os eventos, acredito que assim como a família do Alexandre. E foi nas homenagens que o Motoclube fez para ele que sentimos, como familiares, como valeu a pena dividir sua presença com eles e espero que no Space possamos ter passado um pouco disso para a família do Alexandre.

Em 2012 fiz uma denúncia no Facebook de uma falcatrua tucana na escola do meu filho que teve mais de 450 compartilhamentos e foi parar no Blog Xeque-Mate do Marcelo Bancalero, um dos maiores denunciantes da farsa do "Mensalão".

Até então minha militância era limitada, e conhecendo o trabalho do Marcelo conheci o trabalho do Alexandre, do Passarinho Pentelhão e uma constelação de militantes que batiam de frente com a mídia golpista e a injustiça contra o PT na "AP470". Lembro como hoje de como eu ficava admirado da forma como esse pessoal falava com os jornalistas golpistas os colocando na parede com os melhores argumentos, e então pensei; Eu também posso fazer isso!!

Nesse período o Alexandre se destacou muito nas minhas observações sempre trazendo defesas que usei em muitos debates. Nessa época o Twitter e o Facebook eram um verdadeiro ringue com vários tucanos achando que estavam, como diz o ditado, por cima da carne seca.



Tive honra de conhecer pessoalmente o Alexandre no 4° Encontro de Blogueir@s e Ativistas Digitais em São Paulo e ouvir sua fala ali, e anos depois o encontrei de novo aqui em Sampa no 'Ato pela Liberdade do Lula' na Avenida Paulista, ao lado do seu Lula Gigante.



Era corrente suas postagens no nosso grupo "66 Tuiteiros" e sempre o vi como uma pessoa vibrante e cheio de ideias, muitas das quais nem conhecia e foram trazidas à tona pelos companheiros e companheiras nesse Space de despedida, caramba tem até a do "LULAFLIX", que tomara que vá para frente...



Alexandre Cesar Costa Teixeira, presente!

#AleGigante



terça-feira, 19 de abril de 2022

Bolsonaro 35 (vídeos mentirosos retirados do Youtube) X Lula 25 (vitórias na Justiça)


Publicado no lula.com.br em 15 de abril de 2022




Bolsonaro 35 X Lula 25. Enquanto um coleciona 35 vídeos mentirosos retirados do Youtube, o outro acumula 25 vitórias na Justiça, em todos os processos que tramitavam contra ele. De um lado, um presidente que instrumentaliza mentiras como forma de governo. De outro, o autor da maior política de inclusão social da história que enfrenta todos os dias os ataques de uma milícia digital que espuma ódio usando como arma a verdade. Nesta semana, duas notícias provam que, por mais que a base bolsonarista, aliada a parte da imprensa, tente forçar equiparações, não há comparação possível, pessoal ou política, entre Bolsonaro e Lula.

Em vez de se preocuparem em governar o país e investigar os escândalos que se acumulam, Bolsonaro e seus seguidores se dedicam a uma campanha de disseminação do ódio e da mentira como cortina de fumaça para as denúncias de corrupção do atual governo. Enquanto isso, Lula conquistou sua 25ª vitória na Justiçaprovando que sempre foi inocente, nunca tendo havido provas contra ele.



Na quarta-feira (12), o YouTube, plataforma de vídeos do Google, retirou o 35º vídeo do canal oficial do presidente por conta de uma mentira. Em uma entrevista à rádio Joven Pan de Maringá, no Paraná, de agosto do ano passado, Jair Bolsonaro fez um apanhadão de suas fake news mais recorrentes, incluindo as que usa para encobrir sua omissão durante o combate da pandemia de covid-19, a CPI da covid e as eleições de 2018. Foi pego: o YouTube detectou as mentiras e apagou o vídeo.

Desde a sua campanha como candidato às eleições de 2018, Jair Bolsonaro ataca o sistema eleitoral e tenta colocar dúvidas sobre o processo democrático. Nem o presidente nem ninguém tem provas ou indícios, como o próprio governo federal já assumiu, que tenha havido qualquer tipo de irregularidade nos pleitos brasileiros. A verdade é que nunca houve fraude comprovada nas eleições brasileiras desde a adoção das urnas eletrônicas. Mesmo assim, a milícia digital segue criando montagens grosseiras e mentiras sobre o assunto.

Bolsonaro foi pego agora porque, em março, o YouTube já havia anunciado que iria endurecer as regras contra mentiras sobre o sistema eleitoral, incluindo acusações falsas de que as urnas tenham sido hackeadas ou votos adulterados — o que, de novo, jamais aconteceu. É claro que encontrou farto conteúdo propagado pelo Gabinete de Ódio, que aumentou em 400% o volume de mentiras sobre as urnas, o Tribunal Superior Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal.

No canal do presidente que mente cerca de sete vezes por dia, foram 35 vídeos deletados por trazer informações falsas sobre as eleições. No mais recente, ele diz: "Por que alguns parlamentares resolveram votar contra o voto impresso, baseado no quê? Se nós estamos oferecendo mais uma maneira de garantirmos a lisura por ocasião das eleições. Isso aí a gente não pode deixar de falar". Acontece que já há lisura no processo eleitoral. O histórico de votações desde a adoção da urna eletrônica — usada parcialmente em 1996 e 1998, e integralmente a partir de 2000 — mostra que o sistema é confiável. Quem comprova é o próprio TSE, o Ministério Público Eleitoral e estudos estatísticos independentes.

Enquanto Bolsonaro é pego na mentira e é alvo de denúncias diárias de escândalos em seu governo como a crise do MEC, o bolsolão do asfalto, a alta da inflação e a volta da pobreza extrema, a verdade tem prevalecido para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem provado na Justiça, sem sombra de qualquer dúvida, que é e sempre foi inocente. Ele já acumula 25 vitórias judiciais, em absolutamente todos os processos que eram movidos contra ele.

A mais recente vitória aconteceu na terça (12), quando o Ministério Público Federal pediu o arquivamento de mais uma investigação indevidamente aberta contra Lula pelo então Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, no Supremo Tribunal Federal.

Ou seja, na mesma semana em que Bolsonaro foi pego mais uma vez na mentira, Lula foi absolvido mais uma vez pela verdade. Com transparência e a certeza de sua inocência, Lula jamais aceitou trocar sua dignidade por sua liberdade e a verdade venceu.

Lula passou 580 dias preso injustamente, vítima da perseguição jurídica e midiática com fins políticos que o manteve fora das eleições de 2018. O tempo, senhor da razão, encarregou-se de provar, ponto a ponto, a inocência de Lula, a perseguição política e midiática da qual o ex-presidente foi vítima e o lawfare (uso do sistema como arma política e jurídica) praticado pela Lava Jato.


Veja o resumo das 25 vitórias judiciais de Lula:

  1. Caso Tríplex do Guarujá. A defesa de Lula provou que ele nunca foi dono, recebeu ou foi beneficiado pelo imóvel que, na verdade, pertencia à OAS. O caso foi anulado pelo STF em duas decisões.
  2. Caso Sítio de Atibaia. A defesa de Lula provou que ele nunca recebeu dinheiro da Odebrecht para pagar reformas o sítio, que também não era dele. A transferência de de R$ 700 mil da empresa, que consta na denúncia, foi feita para um diretor desta e não para obras no sítio. O caso foi anulado pelo STF.
  3. Tentativa de reabrir o Caso do Sítio de Atibaia. A defesa de Lula provou que não é possível reabrir a ação penal contra ele pelas reformas o sítio de Atibaia, que jamais foi seu. A juíza da 12ª Vara Federal e Brasília acolheu os argumentos da defesa e rejeitou o pedido de reabertura do procurador da República Frederico Paiva.
  4. Caso do Terreno do Instituto Lula. A defesa provou que o Instituto nunca recebeu doação de terreno, ao contrário do que dizia a denúncia da Lava Jato, e sempre funcionou em sede própria. O caso foi anulado pelo STF.
  5. Caso das Doações para o Instituto Lula. A defesa  de Lula provou que as doações de pessoas físicas de mais de 40 empresas brasileiras e de outros países para o Instituto Lula, entre 2011 e 2015, foram todas legais. O caso foi anulado pelo STF
  6. "Quadrilhão do PT". A acusação leviana e grave dizia que Lula era o chefe de uma organização criminosa que drenava recursos de estatais como a Petrobras. A 12ª Vara da Justiça Federal de Brasil arquivou a denúncia por verificar que que o Ministério Púbico Federal acusou sem apontar nenhum crime, nenhum ato ilegal ou de corrupção que tivesse sido praticado por Lula, seus ex-ministros ou por dirigentes do PT acusados junto com ele. O juiz afirmou que a denúncia simplesmente tentava criminalizar a atividade política. O caso foi encerrado e Lula absolvido.
  7. "Quadrilhão" II. A 12ª Vara da Justiça Federal de Brasília rejeitou denúncia semelhante à anterior.
  8. Caso Delcídio. A defesa de Lula provou ser falsa a delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral. A 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília absolveu Lula e não houve sequer recurso da acusação, visto  fragilidade das acusações.
  9. Caso Palestras do Lula. Inquérito aberto na Vara Federal de Sérgio Moro, em dezembro de 2015, que acusava Lula de simular a realização de palestras, em mais um farsa da Lava Jato. A defesa provou com provas robustas que todas as 72 palestras de Lula organizadas pela empresa LILS, entre 2011 e 2015, realmente foram realizadas. A PF e o MP  tiveram de reconhecer que as palestram foram realizadas sem qualquer ilicitude ou simulação. A legalidade das palestras teve de ser reconhecida em decisão da juíza substituta de Moro, Gabriela Hardt. Caso encerrado, reconhecendo a inocência de Lula.
  10. Caso da Lei de Segurança Nacional. Moro, já ministro da Justiça, requisitou à PF a abertura de inquérito contra Lula, com base na Lei de Segurança Nacional. Lula foi intimado e prestou depoimento à PF. O inquérito foi arquivado pela 15ª Vara Federal Criminal de Brasília.
  11. Caso do filho de Lula (touchdown). A defesa demonstrou serem falsas as acusações do MP contra Luiz Claudio Lula da Silva pela atuação de sua empresa de eventos esportivos Touchdown. A denúncia foi rejeitada  pela 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo.
  12. Caso do irmão de Lula. A defesa provou que não havia ilegalidade, fraude ou favorecimento nos serviços que frei Chico, um dos irmãos de Lula, prestou à Odebrecht antes de o ex-presidente ser eleito. A 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo rejeitou a denúncia falsa.
  13. Caso do sobrinho de Lula. A defesa provou que não houve irregularidade, ilegalidade nem favorecimento na subcontratação de uma empresa de um sobrinho do ex-presidente para uma obra da Odebrecht em Angola e que Lula não recebeu qualquer valor decorrente dessa relação contratual. O Tribunal Regional Federal da Primeira Região trancou o caso porque a denúncia era inepta (sem condições mínimas para ser processada).
  14. Caso Invasão do Tríplex. A 6ª Vara Federal Criminal de Santos rejeitou a denúncia do MP referente ao protesto que integrantes do MTST fizeram contra a condenação injusta de Lula, em abril de 2018.
  15. Caso Carta Capital. Investigação encaminha à Justiça Federal de São Paulo. Falsamente, a Lava Jato tentou caracterizar como ilegais contratos de patrocínio da Carta Capital com a Odebrecht. O pedido de arquivamento do procedimento foi feito pela própria PF.
  16. Caso MP 471. Lula foi acusado de receber contrapartida pela edição d Medida Provisória 4771, que prorrogou incentivos à indústria automobilística. O próprio MPF pediu a absolvição de Lula, concedida pelo Juízo da 10ª Vara Federal de Brasília, que considerou não haver justa causa para manter a ação.
  17. Caso da Guiné. O ex-presidente foi falsamente acusado de praticar tráfico internacional de influência e lavagem de dinheiro porque o Instituto Lula recebeu uma doação oficial de uma empresa brasileira que atua na Guiné Equatorial. O TRF3 trancou a ação penal em habeas corpus impetrado pela defesa de Lula por reconhecer que não havia elementos que justificassem a tramitação.
  18. Caso BNDES Angola. Essa denúncia foi baseada na ação penal conhecida como Quadrilhão do PT, em que Lula foi absolvido a pedido do próprio MPF. A ação, sem provas, também utilizada elementos vindos de Curitiba e declarados nulos pela decisão do STF que reconhece a suspeição de Moro. A ação penal foi trancada e encerrada.
  19. Caso Costa Rica Leo Pinheiro. Investigação advinda da delação de Leo Pinheiro, que inicialmente acusava Lula de tráfico internacional de influência na Costa Rica para favorecer a empresa OAS. Ninguém ouvido pela PF confirmou a versão de Léo Pinheiro. O próprio executivo negou qualquer pagamento de vantagem indevida ao ex-presidente Lula em novo depoimento e em declaração de próprio punho. Investigação trancada por falta de provas.
  20. Segunda tentativa de reabrir o Caso Sítio de Atibaia. A 12ª. Vara Federal de Brasília rejeitou novamente o pedido do MPF para reabrir o sítio de Atibaia porque não havia provas, já que as utilizadas pela acusação foram fabricadas pela Java Jato e anuladas pelo STF.
  21. Caso da sonegação de impostos sobre imóveis alheios. Lula foi acusado de não pagar impostos sobre reformas no tríplex de Guarujá e no sítio de Atibaia, imóveis que nunca fora do ex-presidente. O inquérito era baseado em provas forjadas pela Lava Jato e consideradas nulas por decisão do STF. Sendo assim, o próprio MPF concordou com os argumentos da defesa e a 1ª Vara Federal de São Bernardo do Campo arquivou o caso.
  22. Caso dos filhos de Lula.O inquérito acusava Fabio Luis, Marcos Cláudio e Sandro Lula da Silva de suposta sonegação de impostos por pagamentos feitos entre suas empresas. Mais uma vez, a denúncia era baseada em evidências forjadas pela Lava Jato. O MPF concordou com os argumentos da defesa e a 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo arquivou o caso, por falta de provas.
  23. Arquivamento do caso Tríplex do Guarujá. A Justiça Federal de Brasília encerrou definitivamente o caso e determinou o arquivamento do processo relativo ao Tríplex do Guarujá. O MP não ofereceu nova denúncia por falta de provas.
  24. Suspensão do caso Caças Gripen. A robusta decisão do STF acolheu os elementos apresentados pela defesa do ex-presidente e reconheceu que a ação penal fazia parte do "Plano Lula", engendrado por integrantes da extinta Lava Jato. Mais uma prova do intenso Lawfare de que Lula foi vítima. A recomendação para a compra das aeronaves foi das Forças Armadas, por meio da FAB, em parecer de cerca de 30 mil páginas, sem nenhuma interferência de Lula.
  25. Arquivamento do caso "obstrução de Justiça". A premissa da acusação por obstrução de Justiça relacionada à nomeação de Lula como ministro da Casa Civil baseava-se em farsa criada pela Lava Jato, já afastada pela Justiça por meio da absolvição de Lula no caso conhecido como Quadrilhão. O próprio MPF reconheceu no parecer que, diante da comprovada inexistência de uma organização criminosa, impossível cogitar-se da prática do delito.

Se quiser saber mais sobre a farsa da Lava Jato, acesse os quadrinhos "Lula – da perseguição à esperança renovada"; uma história sobre o lawfare praticado contra o ex-presidente e como ele deu a volta por cima provando sua inocência diversas vezes na Justiça.

terça-feira, 12 de abril de 2022

Literalmente

Literalmente no quintal de casa, local onde as horas passam.
Mexendo com a terra as ideias vêm e certamente isso é uma conexão.

"Do pó vieste e ao pó tornarás"

Anteontem resgatei uma planta, não foi o primeiro resgate. Com o arrocho muitas pessoas precisam mudar para locais menores, e eu mesmo estou quase nessa, e nem sempre podem levar seus jardins.

Quando os deixam, rapidamente senhorinhas empolgadas recolhem o que podem, quem delas pode chamar um carro para resgatar vasos maiores assim o fazem.

Para trás ficam os vasos quebrados e as plantas mais judiadas, quando não, vandalizadas.
Essa é parte da síntese urbana.

Parte do meu jardim

Planta Ora-pro-nóbis que ganhei como uma pequena muda de um amigo.



Minhas experiências com o plantio dessa fonte de ferro vegetal. Em água para criar raiz.


E direto na terra.



Aqui está a planta resgatada, daqui há três meses ela estará linda!!


Um natural abraço.