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domingo, 13 de agosto de 2023

Nem só de aéreo viverá o homem

 


Surfista: Allen Sarlo/ Foto: Desconhecido


quinta-feira, 18 de março de 2021

Colados e Descolados

Fui por 25 anos membro de uma igreja que nas últimas eleições, 2018, pediu votos para deputado estadual e federal em pastores e bispos da igreja, governador João Doria, presidente Bolsonaro e senador Major Olímpio.
Não sei de onde veio tal inspiração, impossível vir de Deus. Hoje vejo membros da igreja contra o então eleito por eles João Dória, até mesmo o ícone máximo político da igreja, o ex-prefeito Marcelo Crivella o chamou de "viado". Mas não é disso que quero falar.

Antes de tudo quero me solidarizar com amigos que tenho, os quais acompanhavam e apoiavam o trabalho do senador Major Olímpio, bem como também com seus familiares e amigos.

Sem me alongar, lembro como hoje a minha decepção ao ver o pastor lá do altar declarar o apoio da igreja ao Bolsonaro, isso é bastidores, porque lá fora o partido vinculado à igreja ainda estava na campanha do Alckmin para presidente. Tal apoio causou meu rompimento com a igreja, com a igreja não com o meu Senhor e Salvador Jesus Cristo, mas isso é uma outra história.

Pensei que a liderança da igreja estava momentaneamente sem visão ao apoiar Bolsonaro e que depois cairiam na real, mas depois descobri que a visão deles estava em outros horizontes e benesses que toda grande empresa precisa de um Governo Federal.

Doria é do marketing, um verdadeiro rato, colou o BolsoDoria em 2018, mesmo sabendo de tudo que a Ditadura, idolatrada por Bolsonaro fez ao seu pai e a sua família nos anos 60.
Logo que pode, João Doria descolou do presidente e com a pandemia virou então inimigo pessoal, ao ponto de ter agora apoiadores do presidente, disfarçados de pessoas que querem trabalhar, tentando invadir sua casa.

Major Olímpio fez o mesmo caminho, não acredito que foi um aproveitador como Doria, acredito que realmente apoiava e acreditou nas balelas do Bolsonaro na campanha, bem como se identificou com seu antipetismo e ainda costurou a aproximação do vice-presidente Mourão.
Mas não foram flores, primeiro veio a impossibilidade de alguém que tem vergonha na cara em apoiar os filhos do presidente, coisa que o partido da igreja fez, e com dois deles, depois a incompatibilidade de quem tem alguma empatia com quem o elegeu e com os demais seres humanos em ficar ao lado de um presidente genocida, o qual acumula mais de 100 declarações negacionistas e/ou de descasos com a pandemia.

Major Olímpio, não negacionista e pró-vacina, eleito também com votos da igreja, contaminou-se com a covid e se foi.
Se foi descolado do presidente genocida, coisa que a igreja não conseguiu fazer até hoje.

Paz.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Carta histórica de Eugênio Aragão a Rodrigo Janot

A Carta Aberta foi enviada com exclusividade ao Blog do Marcelo Auler em 2016 e repercutida em vários outros Blogs e Portais, e como diz o jornalista, tem caráter de documento Histórico.

Dessa forma, ocupando um humilde brilho em meio a uma constelação, esse que vos escreve, também eterniza esse momento da História do Brasil.





Por Eugênio Aragão:


"Praecepta iuris sunt haec: honeste vivere, alterum non laedere, suum cuique tribuere" (Ulpiano)

"Os preceitos do direitos são estes: viver honestamente, não lesar a outrem, dar a cada um o que é seu." (Ulpiano)

"Disse o Senhor Procurador-Geral da República por ocasião da posse da nova presidente do STF, Ministra Carmen Lúcia, que se tem "observado diuturnamente um trabalho desonesto de desconstrução da imagem de investigadores e de juízes. Atos midiáticos buscam ainda conspurcar o trabalho sério e isento desenvolvido nas investigações da Lava Jato".

Visto a carapuça, Doutor Rodrigo Janot. E lhe respondo publicamente, por ser esse o único meio que me resta para defender a honestidade de meu trabalho, posta em dúvida, também publicamente, pelo Senhor, numa ocasião solene, na qual jamais alcançaria o direito de resposta.

O Senhor sabe o quanto tenho sido ostensivamente crítico da forma de agir estrambólica dos agentes do Estado, perceptível, em maior grau, desde a Ação Penal 470, sob a batuta freisleriana do Ministro Joaquim Barbosa.

Aliás, antes de ser procurador-geral, o Senhor compartilhava comigo, em várias conversas pessoais, minha crítica, dirigida, até mesmo, ao Procurador-Geral da República de então, Doutor Gurgel. Lembro-me bem de suas opiniões sobre a falta de noção de oportunidade de Sua Excelência, quando denunciou o Senador Renan Calheiros em plena campanha à presidência do Senado.

Lembro-me, também, de nossa inconformação solidária contra as injustiças perpetradas na Ação Penal 470 contra NOSSO (grifo do original) amigo José Genoíno.

"Não foi uma só vez que o Senhor contou que seus antecessores sabiam da inocência de Genoíno, mas não o retiraram da ação penal porque colocaria em risco o castelo teórico do "Mensalão", como empreitada de uma quadrilha, da qual esse nosso amigo tinha que fazer parte, para completar o número".


Por sinal, conheci José Genoíno em seu apartamento, na Asa Sul, quando o Senhor e eu dirigíamos em parceria a Escola Superior do Ministério Público da União. Àquela ocasião, já era investigado, senão denunciado, por Doutor Antônio Fernando.


Admirei a sua coragem, Doutor Rodrigo, de não se deixar intimidar pelos arroubos midiáticos e jurisdicionais vindas do Excelso Sodalício. Com José Genoíno travamos interessantes debates sobre o futuro do País, sobre a necessidade de construção de um pensamento estratégico com a parceria do ministério público.


Tornou-se, esse político, então, mais do que um parceiro, um amigo, digno de ser recebido reiteradamente em seu lar, para se deliciar com sua arte culinária. De minha parte, como não sou tão bom cozinheiro quanto o Senhor, preferia encontrar, com frequência, Genoíno, com muito gosto e admiração pela pessoa simples e reta que se me revelava cada vez mais, no restaurante árabe do Hotel das Nações, onde ele se hospedava. Era nosso point.


Cá para nós, Doutor Rodrigo Janot, o Senhor jamais poderia se surpreender com meu modo de pensar e de agir, para chamá-lo de desonesto. O Senhor me conhece há alguns anos e até me confere o irônico apelido de "Arengão", por saber que não fujo ao conflito quando pressinto injustiça no ar. Compartilhei esse pressentimento de injustiça com o Senhor, já quando era procurador-geral e eu seu vice, no Tribunal Superior Eleitoral.

Compartilhei meus receios sobre os desastrosos efeitos da Lava Jato sobre a economia do País e sobre a destruição inevitável de setores estratégicos que detinham insubstituível ativo tecnológico para o desenvolvimento do Brasil. Da última vez que o abordei sobre esse assunto, em sua casa, o Senhor desqualificou qualquer esforço para salvar a indústria da construção civil, sugerindo-me que não deveria me meter nisso, porque a Lava Jato era "muito maior" do que nós.


Mas continuemos no flash-back.


Tinha-o como um amigo, companheiro, camarada. Amigo não trai, amigo é crítico sem machucar, amigo é solidário e sempre tem um ouvido para as angústias do outro.


Lutamos juntos, em 2009, para que Lula indicasse Wagner Gonçalves procurador-geral, cada um com seus meios. Os meus eram os contatos sólidos que tinha no governo pelo meu modo de pensar, muito próximo ao projeto nacional que se desenvolvia e que fui conhecendo em profundidade quando coordenador da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão da PGR, que cuidava da defesa do patrimônio público.


Ficamos frustrados quando, de última hora, Lula, seguindo conselhos equivocados, decidiu reconduzir o Doutor Antônio Fernando.


Em 2011, tentamos de novo, desta vez com sua candidatura contra Gurgel para PGR.


Na verdade, sabíamos que se tratava apenas de um laboratório de ensaio, pois, com o clamor público induzido pelos arroubos da mídia e os chiliques televisivos do relator da Ação Penal 470, poucas seriam as chances de, agora Dilma, deixar de indicar o Doutor Gurgel, candidato de Antônio Fernando, ao cargo de procurador-geral.

Ainda assim, levei a missão a sério. Fui atrás de meus contatos no Planalto, defendi seu nome com todo meu ardor e consegui, até, convencer alguns, mas não suficientes para virar o jogo.


Mas, vamos em frente.


Em 2013, quando o Senhor se encontrava meio que no ostracismo funcional porque ousara concorrer com o Doutor Gurgel, disse-me que voltaria a concorrer para PGR e, desta vez, para valer.


Era, eu, Corregedor-Geral do MPF e, com muito cuidado, me meti na empreitada. Procurei o Doutor Luiz Carlos Sigmaringa Seixas, meu amigo-irmão há quase trinta anos, e pedi seu apoio a sua causa.


Procurei conhecidos do PT em São Paulo, conversei com ministros do STF com quem tinha contatos pessoais. Enquanto isso, o Senhor foi fazendo sua campanha Brasil afora, contando com o apoio de um grupo de procuradores e procuradoras que, diga-se de passagem, na disputa com Gurgel tinham ficado, em sua maioria, com ele.


Incluía, até mesmo, o pai da importação xinguelingue ( Gíria paulista: produto barato que vem da China, geralmente de baixíssima qualidade) da teoria do domínio do fato, elaborado por Claus Roxin no seu original, mas completamente deturpada na Pindorama, para se transmutar em teoria de responsabilidade penal objetiva.


Achava essa mistura de apoiadores um tanto estranha, pois eu, que fazia o trabalho de viabilizar externamente seu nome, nada tinha em comum com essa turma em termos de visão sobre o ministério público.


Como o Senhor sabe, no início de 2012, publiquei, numa obra em "homenagem" ao então Vice-Presidente da República, Michel Temer, um artigo extremamente polêmico sobre as mutações disfuncionais por que o ministério público vinha passando.

Esse artigo, reproduzido no Congresso em Foco, com o título "Ministério Público na Encruzilhada: Parceiro entre Sociedade e Estado ou Adversário implacável da Governabilidade?", quando tornado público, foi alvo de síncopes corporativas na rede de discussão @Membros.


Faltaram querer me linchar, porque nossa casa não é democrática. Ela se rege por um princípio de omertà muito próprio das sociedades secretas. Mas não me deixei intimidar.


Depois, ainda em 2013, publiquei outro artigo, em crítica feroz ao movimento corporativo-rueiro contra a PEC 37, também no Congresso em Foco, com o título "Derrota da PEC 37: a apropriação corporativa dos movimentos de rua no Brasil".


(N.R. A PEC 37, derrotada na Câmara em junho de 2013, determinava que o poder de investigação criminal seria exclusivo das polícias federal e civis, retirando esta atribuição de alguns órgãos e, sobretudo, do Ministério Público (MP).


Sua turma de apoio me qualificou de insano, por escrever isso em plena campanha eleitoral do Senhor. Só que se esqueceram que meu compromisso nunca foi com eles e com o esforço corporativo de indicar o Procurador-Geral da República por lista tríplice. Sempre achei esse método de escolha do chefe da instituição um grande equívoco dos governos Lula e Dilma.


Meu compromisso era com sua indicação para o cargo, porque acreditava na sua liderança na casa, para mudar a cultura do risco exibicionista de muitos colegas, que afetava enormemente a qualidade de governança do País.


No seu caso, pensava, a coincidência de poder ser o mais votado pela corporação e de ter a qualidade da sensibilidade para com a política extra-institucional, era conveniente, até porque a seu lado, poderia colaborar para manter um ambiente de parceria com o governo e os atores políticos.

Não foi por outro motivo que, quando me deu a opção, preferi ocupar a Vice-Procuradoria-Geral Eleitoral a ocupar a Vice-Procuradoria-Geral da República que, a meu ver, tinha que ser destinada à Doutora Ela Wiecko Volkmer de Castilho, por deter, também, expressiva liderança na casa e contar com boa articulação com o movimento das mulheres. Este foi um conselho meu que o Senhor prontamente atendeu, ainda antes de ser escolhido.


Naqueles dias, a escolha da Presidenta da República para o cargo de procurador-geral estava entre o Senhor e a Doutora Ela, pendendo mais para a segunda, por ser mulher e ter tido contato pessoal com a Presidenta, que a admirava e continua admirando muito.


Ademais, Doutora Ela contava com o apoio do Advogado-Geral da União, Doutor Luís Inácio Adams. Brigando pelo Senhor estávamos nós, atuando sobre o então Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e o amigo Luiz Carlos Sigmaringa Seixas.


Quando ouvimos boatos de que a mensagem ao Senado, com a indicação da Doutora Ela, estava já na Casa Civil para ser assinada, imediatamente agi, procurando o Ministro Ricardo Lewandowski, que, após recebê-lo, contatou a Presidenta para recomendar seu nome.


No dia em que o Senhor foi chamado para conversar com a Presidenta, fui consultado pelo Ministro da Justiça e pelo Advogado-Geral da União, pedindo que confirmasse, ou não, que seu nome era o melhor. Confirmei, em ambos os contatos telefônicos.


Na verdade, para se tornar Procurador-Geral da República, o Senhor teve que fazer alianças contraditórias, já que não aceitaria ser nomeado fora do método de escolha corporativista.


Acendeu velas para dois demônios que não tinham qualquer afinidade entre si: a corporação e eu.

Da primeira precisou de suporte para receber seus estrondosos 800 e tantos votos e, de mim, para se viabilizar num mundo em que o Senhor era um estranho. Diante do meu receio de que essa química poderia não funcionar, o Senhor me acalmou, dizendo que nós nos consultaríamos em tudo, inclusive no que se tinha a fazer na execução do julgado da Ação Penal 470, que, a essa altura, já estava prestes a transitar.


O dia de sua posse foi, para mim, um momento de vitória. Não uma vitória pessoal, mas uma vitória do Estado Democrático de Direito que, agora, teria um chefe do ministério público enérgico e conhecedor de todas as mazelas da instituição. Sim, tinha-o como o colega no MPF que melhor conhecia a política interna, não só pelos cargos que ocupara, mas sobretudo pelo seu jeitão mineiro e bonachão de conversar com todos, sem deixar de ter lado e ser direto, sincero, às vezes até demais.


Seu déficit em conhecimento do ambiente externo seria suprido com o exercício do cargo e poderia, eu, se chamado, auxiliá-lo, assim como Wagner Gonçalves ou Claudio Fonteles.


Meu susto se deu já no primeiro mês de seu exercício como procurador-geral. Pediu, sem qualquer explicação ou conversa prévia com o parceiro de que tanto precisou para chegar lá, a prisão de José Genoíno. E isso poucos meses depois de ele ter estado com o Senhor como amigo in pectore.


Eu não tenho medo de assumir que participei desses contatos. Sempre afirmei publicamente a extrema injustiça do processo do "Mensalão" no que toca aos atores políticos do PT. Sempre deixei claro para o Senhor e para o Ministro Joaquim Barbosa que não aceitava esse método de exposição de investigados e réus e da adoção de uma transmutação jabuticaba da teoria do domínio do fato.


Defendi José Genoíno sempre, porque, para mim, não tem essa de abrir seu coração (e no seu caso, a sua casa) a um amigo e depois tratá-lo como um fora da lei, sabendo-o inocente.


Tentei superar o choque, mas confesso que nunca engoli essa iniciativa do Senhor.

Acaso achasse necessário fazê-lo, deveria ter buscado convencer as pessoas às quais, antes, expressou posição oposta. E, depois, como José Genoino foi reiteradamente comensal em sua casa, nada custava, em último caso, dar-se por suspeito e transferir a tarefa do pedido a outro colega menos vinculado afetivamente, não acha?


Como nosso projeto para o País era maior do que minha dor pela injustiça, busquei assimilar a punhalada e seguir em frente, sabendo que, para terceiros, o Senhor se referia a mim como pessoa que não podia ser envolvida nesse caso, por não ter isenção.


E não seria mesmo envolvido. Nunca quis herdar a condução da Ação Penal 470, para mim viciada ab ovo, e nunca sonhei com seu cargo. Sempre fui de uma lealdade canina para com o Senhor e insistia em convencer, a mim mesmo, que sua atitude foi por imposição das circunstâncias. Uma situação de "duress", como diriam os juristas anglo-saxônicos.


Mas chegou o ano 2014 e, com ele, a operação Lava Jato e a campanha eleitoral. Dois enormes desafios. Enquanto, por lealdade e subordinação, nenhuma posição processual relevante era deixada de lhe ser comunicada no âmbito do ministério público eleitoral, no que diz respeito à Lava Jato nada me diziam, nem era consultado.


O Senhor preferiu formar uma dupla com seu chefe de gabinete, Eduardo Pelella, que tudo sabia e em tudo se metia e, por isso, chamado carinhosamente de "Posto Ipiranga". Era seu direito e, também por isso, jamais o questionei a respeito, ainda que me lembrasse das conversas ante-officium de que sempre nos consultaríamos sobre o que era estratégico para a casa.


Passei a perceber, aos poucos, que minha distância, sediado que estava fora do prédio, no Tribunal Superior Eleitoral, era conveniente para o Senhor e para seu grupo que tomava todas as decisões no tocante à guerra política que se avizinhava.

Não quis, contudo, constrangê-lo. Tinha uma excelente equipe no TSE. Fazia um time de primeira com os colegas Luiz Carlos Santos Gonçalves, João Heliofar, Ana Paula Mantovani Siqueira e Ângelo Goulart e o apoio inestimável de Roberto Alcântara, como chefe de gabinete. Não faltavam problemas a serem resolvidos numa das campanhas mais agressivas da história política do Brasil. Entendi que meu papel era garantir que ninguém fosse crucificado perante o eleitorado com ajuda do ministério público e, daí, resolvemos, de comum acordo, que minha atuação seria de intervenção mínima, afim de garantir o princípio da par conditio candidatorum.


Quando alguma posição a ser tomada era controversa, sempre a submeti ao Senhor e lhe pedi reiteradamente que tivesse mais presença nesse cenário. Fiquei plantado em Brasília o tempo todo, na posição de bombeiro, evitando que o fogo da campanha chegasse ao judiciário e incendiasse a corte e o MPE. As estatísticas são claras. Não houve nenhum ponto fora da curva no tratamento dos contendentes.


Diferentemente do que o Senhor me afirmou, nunca tive briga pessoal com o então vice-presidente do TSE. Minha postura de rejeição de atitudes que não dignificavam a magistratura era institucional.


E, agora, que Sua Excelência vem publicamente admoestá-lo na condução das investigações da Lava Jato, imagino, suas duras reações na mídia também não revelam um conflito pessoal, mas, sim, institucional. Estou certo? Portanto, nisso estamos no mesmo barco, ainda que por razões diferentes.


Passada a eleição, abrindo-se o "terceiro turno", com o processo de prestação de contas da Presidenta Dilma Rousseff que não queria e continua não querendo transitar em julgado apesar de aprovado à unanimidade pelo TSE e com as ações de investigação judicial e de impugnação de mandato eleitoral manejadas pelo PSDB, comecei, pela primeira vez, a sentir falta de apoio.


Debitava essa circunstância, contudo, à crise da Lava Jato que o Senhor tinha que dominar. As vezes que fui chamado a assinar documentos dessas investigações, em sua ausência, o fiz quase cegamente. Lembrava-me da frase do querido Ministro Marco Aurélio de Mello, "cauda não abana cachorro".


Só não aceitei assinar o parecer do habeas corpus impetrado em favor de Marcelo Odebrecht com as terríveis adjetivações da redação de sua equipe. E o avisei disso. Não tolero adjetivações de qualquer espécie na atuação ministerial contra pessoas sujeitas à jurisdição penal.

Não me acho mais santo do que ninguém para jogar pedra em quem quer que seja. Meu trabalho persecutório se resume à subsunção de fatos à hipótese legal e não à desqualificação de Fulano ou Beltrano, que estão passando por uma provação do destino pelo qual não tive que passar e, por conseguinte, não estou em condições de julgar espiritualmente.


Faço um esforço de me colocar mentalmente no lugar deles, para tentar entender melhor sua conduta e especular sobre como eu teria agido. Talvez nem sempre mais virtuosamente e algumas vezes, quiçá, mais viciadamente.


Investigados e réus não são troféus a serem expostos e não são “meliantes” a serem conduzidos pelas ruas da vila "de baraço e pregão" (apud Livro V das Ordenações Filipinas). São cidadãos, com defeitos e qualidades, que erraram ao ultrapassar os limites do permissivo legal. E nem por isso deixo de respeitá-los.


Fui surpreendido, em março deste ano, com o honroso convite da senhora Presidenta democraticamente eleita pelos brasileiros, Dilma Vana Rousseff, para ocupar o cargo de Ministro de Estado da Justiça.


Imagino que o Senhor não ficou muito feliz e até recomendou à Doutora Ela Wiecko a não comparecer a minha posse. Aliás, não colocou nenhum esquema do cerimonial de seu gabinete para apoiar os colegas que quisessem participar do ato. Os poucos (e sinceros amigos) que vieram tiveram que se misturar à multidão.


A esta altura, nosso contato já era parco e não tinha porque fazer "mimimi" para exigir mais sua atenção. Já estava sentindo que nenhum de nossos compromissos anteriores a sua posse como procurador-geral estavam mais valendo.


O Senhor estava só monologando com sua equipe de inquisidores ministeriais ferozes. Essa é a razão, meu caro amigo Rodrigo Janot, porque não mais o procurei como ministro de forma rotineira. Estive com o Senhor duas vezes apenas, para tratar de assuntos de interesse interinstitucional.

E quando voltei ao Ministério Público Federal, Doutor Rodrigo Janot, não quis mais fazer parte de sua equipe, seja atuando no STF, seja como coordenador de Câmara, como me convidou. Prontamente rejeitei esses convites, porque não tenho afinidade nenhuma com o que está fazendo à frente da Lava Jato e mesmo dentro da instituição, beneficiando um grupo de colaboradores em detrimento da grande maioria de colegas e rezando pela cartilha corporativista ao garantir a universalidade do auxilio moradia concedida por decisão liminar precária.


Na crítica à Lava Jato, entretanto, tenho sido franco e assumido, com risco pessoal de rejeição interna e externa, posições públicas claras contra métodos de extração de informação utilizados, contra vazamentos ilegais de informações e gravações, principalmente em momentos extremamente sensíveis para a sobrevida do governo do qual eu fazia parte, contra o abuso da coerção processual pelo juiz Sérgio Moro, contra o uso da mídia para exposição de pessoas e contra o populismo da campanha pelas 10 medidas, muitas à margem da constituição, propostas por um grupo de procuradores midiáticos que as transformaram, sem qualquer necessidade de forma, em "iniciativa popular".


Nossa instituição exibe-se, assim, sob a sua liderança, surfando na crise para adquirir musculatura, mesmo que isso custe caro ao Brasil e aos brasileiros.


Vamos falar sobre honestidade, Senhor Procurador-Geral da República.


A palavra consta do brocardo citado no título desta carta aberta.


O Senhor não concorda e não precisa mais concordar com minhas posições críticas à atuação do MPF.


Nem tem necessidade de uma aproximação dialógica. Já não lhe sirvo para mais nada quando se inicia o último ano de seu mandato.


Mas, depois de tudo que lhe disse aqui para refrescar a memória, o Senhor pode até me acusar de sincericídio, mas não mais, pois a honestidade (honestitas), que vem da raiz romana honor, honoris, esta, meu pai, do Sertão do Pajeú, me ensinou a ter desde pequeno. Nunca me omiti e não me omitirei quando minha cidadania exige ação.

Procuro viver com honra e, por isto, honestamente, educando seis filhos a comer em pratos Duralex, usando talheres Tramontina e bebendo em copo de requeijão, para serem brasileiros honrados, dando valor à vida simples.


Diferentemente do Senhor, não fiquei calado diante das diatribes políticas do Senhor Eduardo Cunha e de seus ex-asseclas, que assaltaram a democracia, expropriando o voto de 54 milhões de brasileiros, pisoteando-os com seus sapatinhos de couro alemão importado. Não fui eu que assisti uma Presidenta inocente ser enxovalhada publicamente como criminosa, não porque cometeu qualquer crime, mas pelo que representa de avanço social e, também, por ser mulher.


O Senhor ficou silente, apesar de tudo que conversamos antes de ser chamado a ser PGR. E ficou aceitando a pilha da turma que incendiava o País com uma investigação de coleta de prova de controvertido valor.


Eu sou o que sempre fui, desde menino que militou no Movimento Revolucionário 8 de Outubro. E o Senhor? Se o Senhor era o que está sendo hoje, sinto-me lesado na minha boa fé (alterum non laedere, como fica?). Se não era, o que aconteceu?


"A Lava Jato é maior que nós"?


Esta não pode ser sua desculpa. Tamanho, Senhor Procurador-Geral da República, é muito relativo. A Lava Jato pode ser enorme para quem é pequeno, mas não é para o Senhor, como espero conhecê-lo. Nem pode ser para o seu cargo, que lhe dá a responsabilidade de ser o defensor maior do regime democrático (art. 127 da CF) e, devo-lhe dizer, senti falta de sua atuação questionando a aberta sabotagem à democracia. Por isso o comparei a Pilatos. Não foi para ofendê-lo, mas porque preferiu, como ele, lavar as mãos.

Mas fico por aqui. Enquanto trabalhei consigo, dei-lhe o que lhe era de direito e o que me era de dever: lealdade, subordinação e confiança (suum cuique tribuere, não é?). E, a mim, o Senhor parece também ter dado o que entende ser meu: a acusação de agir desonestamente. Não fico mais triste. A vida nos ensina a aceitar a dor como ensinamento. Mas isso lhe prometo: não vou calar minha crítica e, depois de tudo o que o Senhor conhece de mim, durma com essa.

Um abraço sincero daquele que esteve anos a fio a seu lado, acreditando consigo num projeto de um Brasil inclusivo, desenvolvido, economicamente forte e respeitado no seio das nações, com o ministério público como ativo parceiro nessa empreitada.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

APEOESP pede justiça para Luis Nassif e Jornal GGN

"A perseguição é um atentado contra a democracia. Ela abre um precedente perigosíssimo para que a justiça seja utilizada para calar jornalistas que buscam revelar os crimes cometidos por instâncias de poder", diz nota da entidade

Por Jornal GGN



"Jornal GGN – O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) manifestou apoio ao Jornal GGN e jornalista Luis Nassif contra a perseguição  do judiciário, com o intuito de sufocar as atividades do portal "por realizar críticas ao poder judiciário, exercendo a liberdade de imprensa e de expressão assegurada na Constituição Federal".

Em nota, a presidente da organização, Maria Izabel Azevedo Noronha destaca que a "perseguição – conhecida internacionalmente como lawfare, que é o uso do judiciário para atacar politicamente uma pessoa – é um atentado contra a democracia. Ela abre um precedente perigosíssimo para que a justiça seja utilizada para calar jornalistas que buscam revelar os crimes cometidos por instâncias de poder, exatamente como ocorreu durante a ditadura militar".

"No caso de Luis Nassif, juízes de primeira instância vêm sistematicamente impondo pesadas multas de pagamento imediato e o bloqueio de sua conta bancária, fazendo com que não possa ter acesso sequer aos valores de sua aposentadoria. Trata-se do uso escancarado do poder da justiça para calar alguém que se propôs a revelar ao público uma série de irregularidades e corrupção no meio judiciário brasileiro", continua o texto.

A entidade também pede a reparação das ações contra o GGN e Nassif e afirma que todas as "representações sociais devem se manifestar contra esse absurdo".

"Exigimos, por outro lado, que as instâncias superiores da justiça brasileira façam imediatamente cessar a perseguição e devolvam ao jornalista Luis Nassif todos os seus direitos e os valores descontados, bem como que realizem a investigação de suas denúncias e a punição dos culpados".




Fonte: Jornal GGN




quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Palanque no altar

Enquanto escrevo essas linhas, simultaneamente ouço o debate dos candidatos à prefeitura de São Paulo pela TVT.

Seguindo a linha do seu atual padrinho eleitoral, Celso Russomanno não compareceu assim como o líder nas pesquisas Bruno Covas.

A verdadeira razão dessas linhas é a percepção deprimente, minha em particular, da situação das pessoas que estão em certas igrejas onde a pessoa que assume o altar pronuncia-se: "O meu candidato é o fulano".

Assim fazem por conta da Lei Eleitoral, e então é passado o recado. "Se o meu líder espiritual vota em fulano eu também voto!"

Tem um fulano desses que é ligado ao partido que é ligado a uma igreja, acho que todos sabem quem é. Ele está disputando a prefeitura de São Paulo pela terceira vez recebendo esse apoio.

Falo com propriedade, afinal estive ali por 25 anos. Afirmo que é deprimente porque sei muito bem que é assim que funciona a dinâmica de conquista de votos dentro da igreja, assim como outras diversas técnicas.


Quando Russomanno perguntado por repórteres, omite apoio da igreja ligada ao seu partido, o Republicanos, deixa seus membros em estado deprimente e vexatório. Eles o reconhecem como potencial candidato a prefeito enquanto ele não os reconhece.

A pergunta que fica é; o por que, e para que esconder essa ligação?

sábado, 29 de agosto de 2020

Patrícia Lélis disseca Everaldo e Feliciano

Patrícia Lélis em seu Twitter @lelispatricia traz detalhes de seu pesadelo quando sobreviveu entre lobos.

No dia da prisão do presidente nacional do PSC, pastor Everaldo, sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro, a antiga correligionária escreveu parte do que viveu ali. 

Quem acompanhou e acompanha essa violência, que poderia até terminar em feminicídio, sabe que tem ainda muitos outros capítulos; O vídeo desmentindo, o cárcere, retenção de celular, processo...

Antes dessa prisão, por entre outros desvios, na Saúde em plena pandemia, poucos acreditariam.


Segue o fio


§  §  §  §  §  §  §  §  §  §  §  §  §


Já que finalmente a justiça bateu na porta do Pastor Everaldo eu vim esclarecer algumas coisas que eu vivenciei dentro do PSC. Toda a perseguição do PSC comigo tem um motivo: Eu peguei arquivos do PSC que comprovam lavagem de dinheiro nas igrejas do Everaldo/Feliciano.


Essa foto foi tirada dia 20 de maio de 2016, após meses sendo convidada a me filiar ao PSC e sempre negando, eu resolvi aceitar (quem nunca faz merda na vida, não é mesmo?!). Nessa época eu ainda estava cursando jornalismo e era estagiária.

Como vcs sabem eu nasci e cresci dentro de igreja evangélica (bem tóxico, inclusive) e o PSC não tinha muita representatividade feminina, já que a Sara Winter não era nada querida entre as pessoas por não se encaixar nos padrões e nunca realmente ter cursado uma universidade...


Na época eu ajudava com assuntos relacionados a política para mulheres e foi quando começou a inflar o golpe contra Dilma. Mas aí veio o meu trabalho principal: A CPI da UNE, e o problema começou quando o Feliciano praticamente me obrigou a ALTERAR relatórios da UNE.


A panelinha de gente unida para incriminar os oponentes sempre foi muito bem formada e organizada. Na época da CPI da UNE quando o Feliciano me entregou os relatórios pedindo para alterar com a intenção de incriminar a UNE eu não quis fazer... e aí começaram meus problemas...

O Feliciano estava MUITO decidido a prejudicar a UNE e principalmente a Carina Vitral, a razão eu nunca consegui entender muito bem e bom, eu também não poderia questionar muito e se questionasse como fiz, a primeira reposta que tive do próprio Feliciano foi: "Faça teu trabalho".

Agora sobre o Feliciano: Logicamente eu já me sentia desconfortável perto dele, mas sempre achava que era coisa da minha cabeça, na época eu pensava: "Como um pastor casado, com a idade pra ser meu pai poderia estar tentando ter algo sexual comigo?"

Até que um dia, a Denise Assunção (secretaria do PSC) sentou comigo para tomar um café e na conversa me perguntou o que eu achava do Feliciano e eu fiquei tipo: "Oi?", depois eu entendi que ela era a pessoa que chegava nas mulheres a pedido do Feliciano...

Depois dessa conversa eu passei a evitar ficar apenas com ele, fosse no gabinete, em alguma sala do PSC... e ele percebeu que eu estava o evitando.

Uma semana após a audiência sobre a CPI da UNE, Feliciano me avisou que teria uma reunião no apartamento funcional dele (asa norte), o que não era nada estranho e diversas reuniões aconteciam lá, principalmente reuniões estratégicas em que ele era o responsável pela pauta.

Segundo ele, por segurança e privacidade de conversas e organização de pautas, ele preferia fazer as reuniões no apartamento funcional. Eu fui acreditando que seria como qualquer outra reunião, mas não foi. Ele abriu a porta e estava apenas ele no apartamento.

Mandei msg no grupo do partido perguntando aonde todos estavam e apenas uma pessoa me respondeu dizendo que não sabia da reunião... na hora questionei o Feliciano e ele disse que a reunião tinha mudado de dia mas que ele queria conversar comigo e me pediu para sentar...

O sofá na dela dele era em formato de "L", sentei em uma ponta e ele na outra, falamos sobre a UNE por alguns minutos e após ele começou a me perguntar se eu tinha reparado que ele estava tentando se aproximar de mim, demonstrando interesse... e aí começou a briga.

Eu fiquei brava com a situação e comecei a enfrentá-lo dizendo que então todos os boatos sobre ele com outras mulheres (e mulheres menores de 18) era verdade, na hora eu tentei abrir a porta e sair mas estava trancada e foi quando conheci o lado violento do Feliciano.

Quando ele entendeu que eu iria sair dali e contar ao Everaldo o que aconteceu. Ele ficou bravo e me agrediu, pegou uma faca na cozinha, me pediu para tirar a roupa, eu joguei um vaso de flores nele que quebrou ele me puxou para o quarto e me chutou, bateu e abusou.

Depois de mais de 2 horas ele se acalmou, beijou a minha testa e me disse "Vá e não peques mais", naquele momento eu já estava fora de mim. 

Sem saber o que fazer, eu não me lembro exatamente de nada do momento em que vesti minha roupa e desci para o meu carro.

Eu não sei por quantas horas eu fiquei sentada dentro do carro, até hoje os detalhes para mim são difíceis. Eu me lembro de receber uma ligação do pastor Everaldo pedindo algo que ele não estava achando e aí eu disse que precisava conversa com ele, então eu dirigi até a Câmara.

Isso era dia de semana, já estava no fim da tarde... eu sentei na porta do pastor Everaldo e o esperei. Eu estava machucada e a própria Denise me perguntou o que aconteceu, e eu disse "o Feliciano..." e então ela entrou na sala do Everaldo e ficou lá por horas

Após HORAS de espera o Everaldo abriu a porta para mim, sentei, ele me deu água e antes mesmo que eu pudesse falar ele já disse "eu falei com o Feliciano, mas vc precisa entender que isso não é nada sério e você anda muito bonita por aí", eu fiquei ainda mais em choque.

Eu disse que aquilo não era certo, que não era culpa minha, deixei claro que buscaria ajuda. Então o Everaldo me OFERECEU dinheiro sem a menor vergonha, ele me perguntou quanto eu queria para ir para casa, dormir e voltar no dia seguinte ao trabalho. Eu estava em choque!

Eu não sabia o que fazer, estava com medo de contar aos meus pais (grande erro, quando eles descobriram foram eles quem denunciaram, confiem nos pais de vcs), eu estava com medo. Fui pra casa não sei como, não sei como consegui dirigir, no outro dia eu não conseguia ir trabalhar.

Após eu ter falado com o Everaldo o Feliciano me mandou essa mensagem. E essa foi a última mensagem que eu respondi a ele. Como eu ainda consegui responder? Não sei. 

Eu não sabia mais quem eu era o que estava acontecendo.




Eu me lembro de passar a noite vomitando, sem dormir. No outro dia minha mãe ao ver os machucados me perguntou o que aconteceu, eu disse que tinha caído na faculdade. Eu parei de ir trabalhar e as pessoas começaram a questionar o pq eu não estava mais indo...

E aí eu descobri que o Feliciano estava dizendo para todos que perguntavam que ele tinha me afastado do trabalho, PQ EU TINHA TENTANDO TER ALGO COM ELE, ou seja, já estava me colocando como a puta da história, típico.

Nessa confusão o Feliciano por me conhecer sabia que uma hora eu iria acabar falando, então todo dia ele mandava alguém falar comigo... Incluindo a então ministra Damares e a "psicóloga" Marisa Lobo, a que defende a cura gay...



Para quem não entendeu, o Feliciano ligou p/ Marisa Lobo pedindo desculpas a ela POR TER ME ESTUPRADO. A Marisa sempre é a pessoa que tenta conversar com as vítimas do Feliciano.

O meu maior erro nessa época foi que eu acreditava que esse tipo de coisa deveria ser resolvida dentro do grupo, para não escandalizar a igreja. Mas aí um dia eu entendi que todos ali iriam tentar abafar o caso.

Nisso, eu entendi muito bem a merda que era o partido e todos ali, então eu só tinha uma alternativa: Me fortalecer. Voltei na Câmara, peguei arquivos de lavagem de dinheiro nas igrejas e comecei a me proteger de todas as ameaças que comecei a receber.

Todos esses arquivos eu entreguei ao MP, na época do caso. E se e uma coisa que eu posso dizer é: Esse povo é perigoso e bandido!

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Baixe aqui: Livro "Relações Indecentes" evidencia a relação entre Moro, Bolsonaro e a mídia


Os fatos revelados pela série "Vaza Jato", publicada pelo The Intercept Brasil, além das relações entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, são o tema do livro "Relações Indecentes" (ed. Tirant Lo Blanch), lançado pelo Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (iDeclatra).


Coordenada por Wilson Ramos Filho, o Xixo, Mírian Gonçalves, Maria Inês Nassif e Hugo Melo Filho, a obra reúne textos de 23 autores de várias áreas, desde juristas, passando por economistas, ex-ministros, até jornalistas e sociólogos. A editora Tirant Lo Blanch e o Instituto Declatra disponibilizaram a obra em formato e-book para download gratuito.

Baixe o livro aqui

O Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (iDeclatra) lançou mais uma obra: o livro Relações Indecentes. O livro editado pela Tirant Lo Blanch, parceira do instituto, tem 190 páginas e é uma coletânea de artigos de renomados profissionais de diversas áreas de atuação. Eles analisam os fatos revelados pela série "Vaza Jato", do The Intercept Brasil, além das relações entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro.

A obra, coordenada por Wilson Ramos Filho, o Xixo, Mírian Gonçalves, Maria Inês Nassif e Hugo Melo Filho, reúne textos de 23 autores de distintas atuações, desde juristas, passando por economistas, ex-ministros, até jornalistas e sociólogos.

A editora Tirant Lo Blanch e o Instituto Declatra disponibilizaram a obra em formato e-book para download gratuito.


"Os últimos artigos colhidos para esse livro foram escritos nos estertores do ano de 2019, quase um ano depois da ascensão de Bolsonaro ao poder. É uma continuação de Relações Obscenas, editado em setembro do ano passado com a ideia de documentar, para a história, a verdade escrita pela VazaJato", diz trecho do prefácio, assinado pela jornalista Maria Inês Nassif. 


Capítulos

O livro é dividido em seis eixos principais: a subversão do direito, o poder de destruir um país, o poder de destruir pessoas, aliança com a mídia e o uso da religião. Os textos dos intelectuais convidados analisarão temas como a imprudência inconstitucional, os efeitos da operação Lava Jato na economia brasileira, as ironias de procuradores com a morte de Marisa Letícia, o reposicionamentos dos "jornalões" brasileiros com a Vaza Jato, entre outros.


"Sérgio Moro demonstrou, ao trair Bolsonaro, que não mudou seus padrões éticos ao abandonar a toga. Este livro mostra também isso, ao analisar a segunda etapa de publicações do The Intercept Brasil, mas também ao mostrar como se davam as relações entre o presidente e o agora ex-ministro da Justiça. O Instituto Declatra avança na sua missão de registro histórico dos fatos para que futuros pesquisadores possam compreender o que se passa no Brasil nos últimos anos. Mas também é uma obra imprescindível para quem deseja, agora, entender o acontece em nosso País", explica o presidente do Instituto Declatra, Wilson Ramos Filho, o Xixo, um dos coordenadores do livro.


"Relações Indecentes" também segue a linha de registro histórico dos demais livros lançados com o selo do Instituto Declatra: A série da Enciclopédia do Golpe de 2016 – que aborda o papel das instituições na trama que derrubou Dilma Rousseff da Presidência da República – ou ainda a coleção da "Resistência ao Golpe", são alguns de exemplos das produções do Instituto neste sentido e que foram publicadas em séries.

Os últimos artigos colhidos para esse livro foram escritos no final do ano de 2019, quase um ano depois da ascensão de Bolsonaro ao poder. "É uma continuação de Relações Obscenas, editado em setembro do ano passado com a ideia de documentar, para a história, a verdade escrita pela VazaJato", diz trecho do prefácio, assinado pela jornalista Maria Inês Nassif.


Autores

A lista de autores é grande e variada. Fazem parte da seleção: Jessé de Souza, Eugenia Gonzaga, Luís Nassif, Pedro Pulzatto Peruzzo, Vinicius Gomes Casalino, Lênio Streck, José Cardoso, Marco Aurélio de Carvalho, Tânia Oliveira, Mariana Velloso, Rosa Maria Marques, Marília Guimarães, Elika Takimoto, José Geraldo, Everaldo Gaspar de Andrade, Cristiane Cordeiro, Simone Schreiber, Franklin Martins, Bia Barbosa, Marcelise Azevedo, Rute Noemi Souza, Hugo Melo Filho e Anjuli Tostes.

Acesse a página da Defesa Da Classe Trabalhadora  


Fonte: lulalivre.org.br

sábado, 1 de agosto de 2020

Obrigado e boa sorte!

Entrei no Twitter em 2009 por causa do sorteio de uma câmera fotográfica, e nem imaginava o universo progressista que não só encontraria, mas me tornaria parte.

Uma menina me ensinou..., e eu já estava envolvido com as linhas do ansioso blogueiro*. Foi um dos primeiros Blogs ditos sujos que tive contato nessa constelação de muito bons.

Paulo Henrique Amorim e Conversa Afiada dispensam comentários na trincheira anti-golpe e na guerra contra o PIG, sigla por ele criada.
Não tive a oportunidade de pegar um autógrafo seu no meu exemplar do livro "O Quarto Poder", mas numa noite no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, o querido Barão, pude o ouvir.

Dentre muitas das suas experiências compartilhadas, PHA deixou uma que me trouxe a reflexão de como podemos ser dinâmicos na militância.
Relatara que antigamente nas redações, para um artigo dele sair o mesmo percorria uma longa distância e tempo, mas nos dias atuais, ele se tranca ali num lugar e em 15 minutos a matéria já está no ar. 

Realmente eles deixam muita saudade.

Ana Flavia Marx e PHA no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé Foto: Alexandre Salazar




*****



O Conversa Afiada dá adeus. Obrigado e boa sorte!
No Conversa Afiada 




Olá, tudo bem?

Dados o profundo respeito e a imensurável consideração por cada um de vocês, amigos navegantes, este texto vai direto ao ponto: o Conversa Afiada encerrou suas atividades em 31/VII/2020. Esse é o fato. Mas, a partir de agora, você está convidado a entender o que isso significa.

Por mais de uma década, este site idealizado, construído e mantido por Paulo Henrique Amorim e uma pequena - mas aguerrida - equipe serviu de bastião da luta pela formação de uma imprensa independente, progressista e destinada a combater em todas as frentes possíveis o PiG (e seus efeitos deletérios), os golpistas e os traidores da democracia brasileira. PHA foi pioneiro, um revolucionário nas chamadas "novas mídias". Um colosso*!

Não foi fácil empreender essa luta. A aba "Não me calarão", que você pode acessar ao clicar aqui, conta algumas das centenas de batalhas judiciais que o ansioso blogueiro* teve de enfrentar para manter acesa a chama da liberdade de expressão. Como se diz, jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique, e, diante disso, PHA e o Conversa Afiada nunca fugiram à sua responsabilidade.

Em dezembro de 2017, PHA tomou mais uma atitude para defender a nossa liberdade de expressão - não só a dele, ou a do Conversa Afiada, mas a de todos os brasileiros - ao protocolar, na Corte Interamericana de Direitos Humanos, uma petição em que acusava o Estado brasileiro de manter uma distorção sistêmica que cerceia a liberdade de expressão e se torna, na prática, uma forma disseminada de censura e perseguição.


"Essa petição tira a discussão da zona de conforto dos poderosos brasileiros. Ou seja, do Direito apenas. Do 'juridiquês', porque é nesse território e com essa linguagem dissimuladora que eles, os poderosos, se beneficiam da estrutura sistemicamente restritiva, censora. O debate passa a se travar no campo da Liberdade!", escreveu PHA ao anunciar a ida à Organização dos Estados Americanos (OEA).

Mas, se sempre incomodou os poderosos, o Conversa Afiada recebeu equivalentes demonstrações de apoio ao longo dos anos. Faltariam a este editor palavras para agradecer a cada um dos amigos navegantes por tornar possível empunhar a espada do jornalismo independente e progressista por tantos anos. Obrigado por cada mensagem de apoio nas redes sociais, cada assinatura, cada compartilhamento de posts e vídeos. Nada disso seria possível sem vocês.

Esse carinho é simbolizado pelo tricampeonato conquistado pelo Conversa Afiada no Prêmio Influenciadores Digitais, em 2016, 2017 e 2019, na categoria "Economia, Política e Atualidades". Prêmios como esse não são um objetivo em si, mas ilustram o alcance popular do Conversa Afiada e nos enchem de orgulho por mostrar que tantos brasileiros estiveram ao nosso lado. Comprovam essa afirmação os números do Conversa Afiada nas redes sociais: até a data de conclusão deste texto, eram 1,13 milhão de seguidores no Facebook, 634,3 mil no Twitter, 690 mil no Instagram e 985 mil no YouTube.


Em 2019, com a morte de Paulo Henrique Amorim, esta equipe não se permitiu abaixar as bandeiras e abdicar de seu dever perante a democracia. Continuou a defender, dia após dia, os princípios que nortearam o Conversa Afiada desde a sua criação. Os últimos meses, entretanto, foram um desafio duplamente extenuante: além das dificuldades inerentes à luta pela construção de uma imprensa independente e progressista, a equipe teve de lidar 24 horas por dia, 7 dias por semana com o peso de uma ausência irreparável - porque, afinal de contas, há sim pessoas insubstituíveis.




O Conversa Afiada, embora tenha interrompido em 31/VII/2020 as atualizações, continuará no ar. Os artigos, as reportagens e os vídeos que tiraram o sono dos inimigos da democracia e dos vendilhões da pátria continuarão à disposição dos amigos navegantes.  

Quanto a esta equipe... Bem, tenha certeza de que ela continuará a se basear nos mesmos princípios que sustentaram o Conversa Afiada ao longo dos anos. Em todas as plataformas possíveis, a luta pela democracia e em defesa da liberdade de expressão continuará. Afinal, é essa a melhor homenagem possível ao ansioso blogueiro*; é, também, a mais sincera demonstração de respeito e gratidão ao patrono deste espaço, a quem agradeço - em nome de toda a equipe - pela sabedoria e pela confiança compartilhadas.


Em nome de todos os jornalistas que, ao lado de Paulo Henrique Amorim, fizeram do Conversa Afiada a principal referência na imprensa independente e progressista no Brasil, agradeço a você, amigo navegante.

Como dizia nosso ansioso blogueiro*, vamos tocar o barco - hoje e sempre! Boa noite e boa sorte!!!

Leonardo Miazzo, editor do Conversa Afiada e da TV Afiada






*P.S - Passar o mouse no original do Conversa Afiada

sábado, 6 de junho de 2020

Carta de Isabel, do vôlei, para Ana Paula Hanckel

No Blog do Juca Kfouri 

"Ana Paula, depois de ver algumas de suas postagens, tive vontade de te responder. 

Como nunca tive paciência para redes sociais, fui deixando passar. 

De mais a mais, não há como esquecermos o fato de que as redes estão aí para dar voz a todos: muitas pessoas fantásticas e muitos….

Esse é o preço da chamada democracia digital – que sempre deve ser debatida, é claro -, mas vamos ao que interessa no momento. 

Antes, preciso admitir também que sempre me senti constrangida quando lia as suas postagens. 

É que o seu nome está ligado ao vôlei, esporte que pratiquei durante muitos anos e, infelizmente, muitas pessoas generalizam esse tipo de fala e me perguntam se as jogadoras de vôlei são, na sua maioria, de extrema direita.

Nesses momentos, eu sempre tento explicar que você está longe de representar um perfil do vôlei feminino brasileiro. 

E que, na verdade, o vôlei, assim como a maioria dos campos profissionais e atividades, não pode ser enquadrado em algum perfil ideológico.

Explico, também, para essas pessoas, que talvez pelo fato de você ter se casado com um americano branco, você tenha sentido a necessidade de se alinhar a uma branquitude, que tem como uma de suas características principais a incapacidade de perceber o seu lugar de privilégio, uma branquitude que naturaliza o lugar de poder branco e torna a supremacia branca uma norma.

Afinal, sabemos que ser imigrante por essas bandas daí não é muito fácil, ainda mais com um biotipo latino.


Durante o período colonial, o psiquiatra Frantz Fanon explicou bem o surgimento e a formação desse desejo de identificação com o opressor entre muitos colonizados. 

Trata-se de uma neurose que o leva a um comportamento adoecido e alienado, por não conseguir lidar com a realidade que o cerca. 

A história nos ensina que o colonialismo acabou, mas ela também nos mostra que ele permanece com roupas neocoloniais. 

O vídeo que postou da jovem negra é exemplar de como permanece essa alienação. 

Temos aqui no Brasil um exemplo caricatural desse comportamento desequilibrado: o diretor da fundação Palmares.

Ultrajano


Por isso, te sugiro prestar atenção ao que está acontecendo a sua volta. Existem muitas pessoas que permanecem nesse estágio, tentando apenas apagar suas origens não brancas. 

Você posta constantemente frases e ideias que destilam muito preconceito. Mas o seu último post foi a gota d’água e me chocou e revoltou pela profunda ignorância e irresponsabilidade. 

Sua falta de conhecimento a respeito do racismo e do que ele significa são atrozes. Infelizmente, o racismo existe no Brasil, nos EUA e no mundo, e muitas pessoas ainda são incapazes de enxergar uma realidade que grita com todos os pulmões. 

Se você quer usar dados estatísticos como argumentos, procure fontes sérias e não tendenciosas. Aí você vai entender que o racismo é um dado estrutural, que atua na política, na economia e na subjetividade, como explica tão bem o filósofo Sílvio Almeida. 

Sua apologia ao governo Trump reflete muito mais o seu mal estar e quiçá o desejo de pertencimento a uma sociedade que você imagina respaldar apenas valores WASP, uma sociedade que precisou mostrar ao mundo as mais assustadoras formas de violência racial, até surgirem as primeiras grandes mudanças com Martin Luther King.

Felizmente, o racismo não só empobrece o ser humano, mas também produz cada vez mais força e resistência. 

E é isso que está acontecendo nesse momento nos EUA, quando milhões de pessoas de todos os grupos étnicos se unem para demonstrar o seu repúdio ao racismo que ainda atinge sobretudo os negros.

Observe atentamente a sua volta e verá que, no momento atual, a sociedade americana parece estar no caminho de mais uma mudança e mais uma conquista no rumo da igualdade. 

Peço que considere a responsabilidade de ser uma pessoa com milhares de seguidores também no Brasil. 

Preste mais atenção ao que diz, antes de postar sobre um tema tão sério.


Leia os historiadores, sociólogos, antropólogos, cientistas de várias áreas que discutem as formas e as consequências do racismo ou, pelo menos, demonstre um pouco de consciência diante do negacionismo e das barbaridades que estão acontecendo no Brasil. São tantas que se torna difícil destacar apenas uma. 

Se não consegue ter empatia diante da dor alheia, melhor ficar em silêncio.

Usando as redes como tem usado, você presta um desserviço no processo de combate ao racismo. 

Vidas negras importam!".

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Situação das emissoras no Brasil cataclísMICO

Band
Após presidente da Caixa dizer na reunião ministerial que Band pediu dinheiro Datena surta ao vivo e Jornal da Band muda o editorial.

SBT
Também conhecido como Sistema Bolsonarista de Televisão, deixou de apresentar o SBT Brasil no último sábado. Versões afirmam que Bolsonaro teria pedido para SS pedir para seu editorial pegar leve com a reunião ministerial do dia 22 de Abril. Há também quem observe motim dentro do jornalismo do SBT, onde cansados de passar pano para o governo, editorial não teria subido.

Globo
Eternamente golpista foca 24 h de sua programação na figura Bolsonaro deixando fora dos holofotes o entreguista Paulo Guedes, homem que serve ao deus Mercado e beneficiário de figuras do seu interesse, assim como os do próprio Grupo.

Record
Editorial 100% comprometido com o governo. Apresenta 10% da pandemia em relação à sua principal concorrente. Enfrenta saia justa com choro ao vivo da então apresentadora e âncora Adriana Araújo pelo fato de ver dia a dia casos crescentes do coronavírus e ao mesmo tempo seus diretores tratando tudo com pouca relevância. O ápice foi no dia em que a cidade de Manaus alcançou internações e mortes catastróficas e contrariada não pode noticiar de forma isenta.
Confirmando seu papel histórico no negacionismo bolsonariano da pandemia do coronavírus a emissora chama para sua madrugada, longe dos twiteiros de plantão (sic), os doutores Anthony Wong e Nise Yamaguchi, profissionais que remam na contramão de toda a ciência em todo o planeta.


Sem mais.



quarta-feira, 20 de maio de 2020

#SleepingGiantsBrasil



No último domingo 17, subiu o perfil Sleeping Giants Brasil no Twitter. A conta chega seguindo a linha da 
Sleeping Giants desmonetizando sites mentirosos propagadores de fake news e informações preconceituosas.

Segundo matéria do El País tal ação já deixou sem publicidade sites de fake news nos Estados Unidos e também na Europa, ao ponto do seu fundador Matt Rivitz já ter sido vítima de ameaças de morte.



A tática de guerra é arrojada, quando uma empresa faz um anúncio no Google Ads, por exemplo, existe a opção "Anúncios de texto na Rede Display" onde tal anúncio será vinculado pelo buscador em alguns entre os milhares de sites, blogs ou portais nos quais jamais o anunciante imagine.

Então entra a colaboração das pessoas que detectam anúncios de empresas em sites que propagam fake news, tais colaboradores postam prints no Twitter marcando o @slpng_giants_pt .
#SleepingGiantsBrasil irá informar tal empresa de que sua marca está vinculada a uma notícia mentirosa ou preconceituosa e esses mesmos colaboradores também cobrarão publicamente a retirada do anúncio.

Diferente da tática de boicote muito solicitada por ativistas em redes sociais contra marcas e empresa que financiam o ódio e o extremismo online, a desmonetização de quem pulveriza isso se mostra bem mais promissora.

"Estou bastante cansado depois de quatro anos lutando contra a corrente, mas acredito que vale a pena e seguiremos na primeira linha de ação quando a pandemia passar para segundo plano" - diz o fundador.



Mais sobre o assunto:

https://brasil.elpais.com/icon/2020-05-17/o-homem-que-arruinou-a-extrema-direita-nos-eua.html

https://brasil.elpais.com/brasil/2020-05-20/movimento-expoe-empresas-do-brasil-que-financiam-via-publicidade-sites-de-extrema-direita-e-que-propagam-noticias-falsas.html?ssm=FB_CC&fbclid=IwAR2RJ2EIn45nRZiGOmlbV0u6RZJ_EdxnrNnzLrrwUJyEPhdIwaLySDsD1vg