quinta-feira, 18 de março de 2021

Colados e Descolados

Fui por 25 anos membro de uma igreja que nas últimas eleições, 2018, pediu votos para deputado estadual e federal em pastores e bispos da igreja, governador João Doria, presidente Bolsonaro e senador Major Olímpio.
Não sei de onde veio tal inspiração, impossível vir de Deus. Hoje vejo membros da igreja contra o então eleito por eles João Dória, até mesmo o ícone máximo político da igreja, o ex-prefeito Marcelo Crivella o chamou de "viado". Mas não é disso que quero falar.

Antes de tudo quero me solidarizar com amigos que tenho, os quais acompanhavam e apoiavam o trabalho do senador Major Olímpio, bem como também com seus familiares e amigos.

Sem me alongar, lembro como hoje a minha decepção ao ver o pastor lá do altar declarar o apoio da igreja ao Bolsonaro, isso é bastidores, porque lá fora o partido vinculado à igreja ainda estava na campanha do Alckmin para presidente. Tal apoio causou meu rompimento com a igreja, com a igreja não com o meu Senhor e Salvador Jesus Cristo, mas isso é uma outra história.

Pensei que a liderança da igreja estava momentaneamente sem visão ao apoiar Bolsonaro e que depois cairiam na real, mas depois descobri que a visão deles estava em outros horizontes e benesses que toda grande empresa precisa de um Governo Federal.

Doria é do marketing, um verdadeiro rato, colou o BolsoDoria em 2018, mesmo sabendo de tudo que a Ditadura, idolatrada por Bolsonaro fez ao seu pai e a sua família nos anos 60.
Logo que pode, João Doria descolou do presidente e com a pandemia virou então inimigo pessoal, ao ponto de ter agora apoiadores do presidente, disfarçados de pessoas que querem trabalhar, tentando invadir sua casa.

Major Olímpio fez o mesmo caminho, não acredito que foi um aproveitador como Doria, acredito que realmente apoiava e acreditou nas balelas do Bolsonaro na campanha, bem como se identificou com seu antipetismo e ainda costurou a aproximação do vice-presidente Mourão.
Mas não foram flores, primeiro veio a impossibilidade de alguém que tem vergonha na cara em apoiar os filhos do presidente, coisa que o partido da igreja fez, e com dois deles, depois a incompatibilidade de quem tem alguma empatia com quem o elegeu e com os demais seres humanos em ficar ao lado de um presidente genocida, o qual acumula mais de 100 declarações negacionistas e/ou de descasos com a pandemia.

Major Olímpio, não negacionista e pró-vacina, eleito também com votos da igreja, contaminou-se com a covid e se foi.
Se foi descolado do presidente genocida, coisa que a igreja não conseguiu fazer até hoje.

Paz.